Tribuna Ribeirão
Política

Filiação de Bolsonaro será no dia 22

ISAC NÓBREGA/PR

O presidente Jair Bolsona­ro assina sua filiação ao Par­tido Liberal (PL) no próximo dia 22 de novembro, em um evento previsto para ocorrer em Brasília às dez horas da manhã. A informação foi con­firmada pela legenda por meio de nota após reunião de Bolso­naro com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto – perso­nagem central do mensalão –, no Palácio do Planalto.

A data foi negociada pela cúpula do PL pelo caráter sim­bólico, já que 22 é o número da sigla na urna eletrônica. Será o nono partido de Bolsonaro desde que ingressou na políti­ca. O PL também será o des­tino do senador Flávio Bolso­naro (RJ), filho mais velho do presidente. O “Zero Um”, que participou de reunião no Pla­nalto, deve pedir sua desfilia­ção do Patriota nos próximos dias para também se filiar ao partido do pai na mesma data.

A expectativa é que o even­to de filiação conte também com a presença de caciques do Progressistas (PP), como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, como forma de ilustrar a aliança formada pelos dois partidos em torno do presidente. O PP também tentava filiar Bolsonaro e deve indicar o candidato a vice em 2022. Bolsonaro declarou que deseja ter a liberdade de esco­lher os candidatos nos Estados.

Costa Neto foi condenado pelo envolvimento no escân­dalo do mensalão, em 2012, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do qual era aliado. A filiação ao partido contraria discurso de campanha de Bolsonaro, que já criticou o cacique e lembrou os problemas na Justiça que re­caíram sobre ele.

Desde abril de 2020, quan­do o presidente começou a aliança com o Centrão, o PL faz parte da base de Bolsonaro no Congresso e está represen­tado na Esplanada com Flávia Arruda, ministra da Secretaria de Governo e deputada licen­ciada pelo PL do Distrito Fe­deral. O presidente também já disse ser contra o “toma lá dá cá” e, além de distribuir cargos ao Centrão, ainda patrocinava o orçamento secreto.

Desde novembro de 2019, Bolsonaro está sem partido. Após ter brigado com o co­mando do PSL, ele tentou fundar o Aliança pelo Brasil, mas não conseguiu as assina­turas necessárias para forma­lizar a sigla no Tribunal Supe­rior Eleitoral (TSE). Tentou, então, entrar em vários ou­tros partidos, como Repu­blicanos, PRTB e Patriota, mas enfrentou uma série de obstáculos porque sempre apresentava a exigência de ter influência sobre os diretórios e as verbas das legendas.

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