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Ficção e realidade, ficadas e relacionamentos sérios

Noite passada, em busca de diversão cheguei a Ad Vitam, a história de um mundo onde a morte foi superada e seus ha­bitantes passaram a viver para sempre. Mal as primeiras cenas se desenrolaram e percebi minha distração: tratava-se de uma série e não de um filme. Não, não! Séries são relacionamentos sérios e honestamente, depois das últimas decepções, não estou a fim de investir em outro…

Primeiro foi The Walking Dead. Vencido o preconceito contra zumbis e mortes violentas, fiquei encantado com as analogias possíveis entre os mortos-vivos e a humanidade atual, me apaixonei perdidamente e passei a ver vários episó­dios por dia. Acho que fomos rápido demais. Logo cheguei a oitava e última das temporadas disponíveis no Netflix e, como não tenho tevê por assinatura para assistir em tempo real, me conformei com a espera. E esperar é horrível! Soube pela imprensa, por exemplo, que Andrew Lincoln (Rick Grimes, o protagonista) havia deixado o elenco: pior do que a traição em si é descobri-la pela boca dos outros.

Mas isso não foi nada se comparado ao meu caso com The O.A.. Sabe aquela que começa quietinha, não se insinua muito, mas aos poucos vai envolvendo, envolvendo até chegar ao ponto de não mais imaginarmos a vida sem ela? O.A. é dessas. Como esquecer o olhar carismático de Prairie em seus movimentos de conexão interdimensional? Como se o final da segunda temporada não representasse dor e ansiedade suficientes, a empresa anunciou o final da série, com várias peças ainda sem encaixe, quase uma violência. Dizem que pode ser estratégia, um blefe para apimentar a relação. Não acho certo, pra ser exato acho bem indecente, mas se ela real­mente quiser voltar, eu aceito, esse tipo de paixão acaba com nossa dignidade.

De qualquer forma, decidi que por enquanto não darei chance para mais nenhuma. Depois de O.A. não quero saber de séries, que são compromissos emocionais desgastantes de­mais. Interrompi Ad Vitam, melhor ver um filme. (Filmes são como ficadas esporádicas, breves, menos intensas, mas sem expectativa), Assisti pela quarta vez Os Agentes do Destino, que sempre me incentiva a seguir o meu coração e não dar ouvidos a palpiteiros que raramente sabem o que dizem.

Quando terminei de ver, parei a observar a imensidão de títulos existentes no catálogo da Netflix: ninguém nunca con­seguirá assistir tudo isso! Então, melhor apreciar com atenção os poucos possíveis. É mais ou menos como os relaciona­mentos. Homem nenhum conseguirá desfrutar do encanto peculiar de cada uma das mulheres existentes no mundo, por isso, inteligente é aquele que decide homenagear a beleza do gênero devotando todo seu amor a apenas uma.

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