Vai começar o 1º Festival de Cultura e Gastronomia Afro (Festafro), uma realização do Centro Cultural Orùnmilá que tem o compromisso de divulgar a valorizar a cultura negra, nas suas mais diversas manifestações. O evento ocorrerá ao longo do mês de abril, sempre aos sábados, com oficinas teóricas e práticas de capoeira, hip hop, maracatu e culinária afro, e vai envolver artistas e grupos de Ribeirão Preto e da região.
Os eventos serão realizado na sede do Centro Cultural Orùnmilá, na rua Rafael Defina nº 43, no Parque Industrial Tanquinho, na Zona Norte. Já estão confirmadas as participações do Afoxé Omó Orúnmilá, Maracatu Navegante, Grupo de Capoeira Terra Preta e Batmacumba Samba Reggae, entre outros artistas. A participação nas oficinas é gratuita, mas as inscrições devem ser feitas através do e-mail [email protected]. O número de vagas é limitado
O primeiro ato será neste sábado, 30 de março, das 15 às 20 horas, com uma oficina teórica e prática de capoeira. Haverá uma roda de conversa sobre a história desta expressão cultural e sua importância na promoção da cidadania das populações periféricas. Também terá degustação da culinária e afro-yorubá, com akará e vatapá.
Ao longo da programação de abril serão preparados e degustados pratos da culinária afro -yoruba, preservada no Brasil pelas comunidades tradicionais de matriz africana. Serão trabalhados seis diferentes pratos: akará, vatapá, moin moin, efo riro, obe eran e gbegiri. Todos os povos desenvolveram rituais próprios em torno da alimentação, da sua produção, preparação e consumo,
Assim também acontece nas comunidades tradicionais de matriz africana, que mantêm na alimentação rituais que remetem a uma ancestralidade enraizada na identidade nacional, não somente nos ingredientes, como também como estratégia de preservação e de transmissão de valores simbólicos.
Fundado em março de 1994, em Ribeirão Preto, no bairro do Tanquinho, o Centro Cultural Orùnmilá é uma entidade sem fins econômicos que tem como função primordial a elevação da condição humana mediante a promoção da cidadania, da busca dos elementos da identidade sociocultural, da reconquista da dignidade e da auto-estima particularmente da população negra.
Procura questionar e oferecer novos elementos para contribuir com a superação de um processo de educação de caráter conservador e elitista que predominou no Brasil, sem questionamentos, durante muitos anos. Reúne diferentes formas de troca, aquisição de conhecimentos que formam um conjunto de atividades e oficinas culturais gratuitas: dança afro-yorubana, percussão, samba rock, capoeira, hip hop, construção de tambores, inclusão digital, biblioteca temática, culinária africana, ciclo de palestras, entre outras coisas.
Umas das manifestações culturais que mais se destaca é o Afoxé Omó Orunmilá, que faz a abertura do carnaval de rua de Ribeirão Preto desde 1996. O Centro Cultural Orunmilá – que na língua yorubá significa “Somente o céu conhece seu destino” – foi reconhecido como Ponto de Cultura selecionado pelo Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, em 2010. Nos últimos 20 anos se tornou referência nacional no combate ao racismo e a discriminação racial.