Neste momento particular da história, que pede um isolamento social sem precedentes, um projeto de poesia propõe uma reflexão sobre o futuro desejado nesta época de pandemia. Com inscrições para pessoas de todo o Estado de São Paulo até 14 de maio, o concurso “Tâmaras – Poemas para depois do amanhã” será realizado de forma virtual e dividido em três categorias, sendo aberto a todas as idades, com premiação em dinheiro para três primeiros lugares de cada uma das categorias.
O concurso abrange três categorias, destinadas, respectivamente, a novos autores que nunca tiveram textos publicados em livros (Semear), alunos do ensino público (Cultivar) e poetas independentes ou sem vínculo com editoras (Colher). Para participar, é obrigatório o envio de um vídeo com a gravação da obra composta. A obra deverá ser inédita e ter no máximo três minutos de duração, apenas de fala.
Seleção e tema
Um comissão formada por cinco coletivos de poetas – Slam 13, Slam das Minas SP, Sarau do Binho, Poetas Ambulantes, Mesquiteiros –Um Por Todos, Todos Por Um – será responsável pela primeira etapa da seleção e vai escolher 30 obras finalistas, dez em cada categoria, que irão para o YouTube e serão submetidos, numa segunda fase, ao voto popular do internauta.
O tema do concurso tem inspiração em um ditado árabe antigo: “Quem planta Tâmaras, não colhe Tâmaras”. Isso porque em seu processo natural, sem as técnicas de cultivo avançada, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para frutificar, ou seja, seu plantio era como um exercício de solidariedade, de doação ao próximo, pois se cultivava independente de quem viesse a colher o fruto.
“Propomos aos poetas essa importante e urgente construção, dos Poemas para depois do amanhã, onde possamos sonhar o mundo que iremos encontrar no futuro, e os desafios dessa nova relação com o planeta que cada um precisará descobrir e estabelecer. Voltar a circular pelos dias com os passos certos, com o amor e a coragem que o tempo pedirá”, provoca Marcelo Sollero, da Polo Cultural, Educação e Arte, realizadora do evento.
O concurso propõe o semeio das palavras como forma de enfrentar essa pandemia: se ainda não há cura ao vírus, que a arte viralize afeto e sonhos para os dias que virão. “Convidamos os amantes das palavras para esse desafio, que surge não só como uma ferramenta de aproximação das pessoas, por meio da troca de experiência nos versos a serem escritos, mas também como um remédio para injetar empatia e esperança no inconsciente coletivo”, diz.
Concurso cultural “Tâmaras – Poemas para depois do amanhã. Regulamento e formulário de inscrições no site https://polocultural.com.br/ tamaras/. Em caso de dúvidas ou esclarecimentos, entrar em contato pelo e-mail tamaras@ polocultural.com.br.
Mesquiteiros
Mesquiteiros é um coletivo de literatura formado por jovens e adolescentes de escolas públicas da zona Leste de São Paulo. Idealizado pelo escritor e educador Rodrigo Ciríaco, desde 2009 promove saraus em escolas públicas e centros culturais, além de um grupo de estudo, encontros literários e publicações de livros. É responsável pelo concurso literário “Pode Pá Que É Nóis Que Tá” e organizador da Casa Poética.
Poetas Ambulantes
Desde 2012 os Poetas Ambulantes realizam intervenções nos transportes públicos, com o intuito de levar poesia para pessoas que não estejam esperando por isso. Por entender a literatura marginal como ferramenta de transformação e diálogo com as esferas da sociedade, o grupo também promove ações em escolas, ONGs e unidades da Fundação Casa. Tem desenvolvido seu trabalho artístico explorando a performance e construção de espetáculos com base no teatro e sporkenword.
Sarau do Binho
O Sarau do Binho acontece há mais de 17 anos na zona Sul de SP. É um encontro de pessoas ligadas às várias linguagens culturais: poetas, artistas plásticos, músicos, cineastas, fotógrafos, atores e outros, da região de Campo Limpo. Desenvolve várias ações com foco no incentivo à leitura, como a Bicicloteca, Livros no Ponto, Kombiblioteca e Leitura Surpresa e a Feliz-Feira Literária da zona Sul.
Slam das Minas
A Slam das Minas SP é a primeira batalha poética de São Paulo com recorte de gênero, nascida em 2016 a coletiva atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras, com organização de Luz Ribeiro, Pam Araujo, Mel Duarte e Carol Peixoto as batalhas acontecem mensalmente de forma itinerante.
Slam do 13
O Slam do 13 é um coletivo que promove batalhas de poesia falada há sete anos na zona sul da cidade. Os eventos acontecem mensalmente, na plataforma do Terminal Santo Amaro – Metrô Largo Treze (linha lilás) e contam com duas competições na mesma noite, de poemas curtos e longos.