Tribuna Ribeirão
Artigos

Festa de casamento

Participei de agradável festa de casamento, de uma prima muito querida. Tudo muito bem planejado e organizado, convidados felizes pela oportunidade do reencontro após o período mais crítico da pandemia, ambiente muito bem decorado com flores brancas, DJ ótimo, comida e bebida gostosas e noivos realizados.

O casamento foi religioso com efeitos civis e realizado numa capela de luzinhas amarelas, onde a alegria de todos era visível. O avô do noivo, do alto de seus noventa e dois anos, leu sensível mensagem que emocionou a todos, seguindo-se a festa, com suas danças, suas comidas, bebidas e alegria.

Casamento e festa são atividades que se fundem e se complementam, pois, antes de sua formalização legal, o casamento era somente a festa.

Desde a antiguidade, o casamento era acontecimento importante, pois era celebrado para preservar a espécie. As primeiras civilizações não o formalizavam, senão com uma festa, grande ou pequena, dependendo das posses dos pais dos nubentes. Não havia documento que marcasse a união. A vivência diária dos noivos era a prova de que ele havia se consumado.

Na Bíblia, há as Bodas de Canaã, festa de casamento, quando Cristo faz seu primeiro milagre, transformando a água em bom vinho, o que permite a continuidade da comemoração.

Os romanos, com suas leis, revestiram o casamento com formalidades e exigências legais, adotados, a seguir, paulatinamente, por todos os povos. A festa de casamento em Roma seguia um protocolo rígido, exigindo que todos os convidados vestissem roupas da mesma cor do noivo e as convidadas, as cores da noiva. Em cada casa romana, existia um pequeno altar dedicado aos lares, deuses que representavam os mortos da família. Para marcar a saída da noiva do convívio desses deuses, o noivo simulava raptar a noiva, trazendo-a para os seus lares.

Já se tocava música durante a festa e a bebida e comida estavam sem­pre presentes. Pães de trigo eram esmigalhados na cabeça dos nubentes e depois distribuídos aos convidados, pães estes que foram se sofisticando com açúcar, frutas secas, castanhas, dando origem ao atual bolo da noiva, indispensável num casamento.

O anel dos noivos estava sempre presente e acabou se transformando nas alianças de hoje, que simbolizam a união, com sua forma redonda infinita. O véu teve vários significados, desde proteger a noiva dos olhares indesejados do futuro marido, que normalmente a conhecia no dia da cerimônia, como para protegê-la dos “maus olhados invejosos”.

As flores sempre ocuparam um lugar de destaque, seja no buquê, que, na Grécia antiga era feito de alho, para afastar os maus espíritos, seja como forma de mostrar a alegria de todos, tornando o casamento uma comu­nhão com a natureza.

Foi somente no século IX que a Igreja elevou o casamento à condi­ção de sacramento, mas o mesmo era sempre arranjado pelas famílias, sem a participação dos nubentes, o que foi mudado em 1140, quando o Decreto de Graciano estabeleceu como condição de sua validade, o consentimento dos noivos. Apesar dessa liberdade de os nubentes rea­girem à escolha, o casamento arranjado prevaleceu por muitos séculos, baseado na pressão paterna.

Na Idade Média, os casamentos eram arranjados para produzirem alianças políticas e econômicas e, geralmente, eram festas grandiosas que duravam dias. Nelas, além da cerimônia em si, comidas e bebida, havia apresentações teatrais. Leonardo da Vinci, o gênio italiano, era muito requisitado para isso e ficou famoso por seus cenários móveis e seus autô­matos, que enchiam de surpresas as festas reais.

A Rainha Victoria, da Inglaterra, quando se casou com o Príncipe Al­berto, em 1836, lançou moda que dura até hoje, o vestido branco da noiva. Antes, predominava o vermelho nos trajes nupciais, embora não houvesse protocolo para isso.

O importante é o momento de alegria, de confraternização, de desejar longa vida ao casamento a que se assiste, votos que renovo aos meus primos queridos.

Postagens relacionadas

Noel Rosa x Wilson Batista: a polêmica mais famosa do samba

Redação 1

O crescimento do cooperativismo de crédito

Redação 1

Eles são produtos do meio

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com