Começou nesta terça-feira, 20 de agosto, a 27ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro & Agrocana) – maior evento mundial voltado ao setor de bioenergia que se estende até sexta-feira (23), no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. A expectativa dos organizadores é faturar 10% a mais do que os R$ 4 bilhões da edição do ano passado, chegando perto de R$ 4,4 bilhões.
A solenidade de abertura contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, presidente de honra da Agrocana; do secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira; do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira Júnior (PSDB); do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP); do presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), Luis Carlos Jorge;do diretor da feira, Paulo Montabone; além de autoridades da região e do setor sucroenergético.
Em 2019, a feira comemora 27 anos atuando como termômetro e fomentadora de tecnologias e inovações para o mercado de bioenergia. Com o RenovaBio, Política Nacional de Biocombustíveis do governo federal criada para garantir o papel estratégico dos biocombustíveis e a segurança energética, a bioenergia entrará em um novo ciclo e o setor tem se preparado com responsabilidade e planejamento. De acordo com um estudo da Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil é o terceiro maior gerador de energia renovável, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China, e com mais vantagens competitivas para ampliar a matriz energética.
Apesar da indústria sucroenergética representar um grupo estratégico no processo de redução da emissão de carbono em virtude da produção de biocombustível e bioeletricidade, a geração de energia “carbono zero” é um dos principais potenciais da matriz energética brasileira e ganha destaque por meio da produção limpa e renovável, feita a partir da biomassa advinda da moagem da cana-de-açúcar (bagaço e palha), de restos de madeira, biogás, carvão vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras biomassas.
O Ministério de Minas e Energia, por meio do RenovaBio, estabeleceu promover uma redução de 10% na intensidade de carbono da matriz de combustíveis do Brasil até 2028, o que movimentará um mercado estimado em torno de R$ 23 bilhões por meio emissão de títulos de Créditos de Descarbonização (CBIO).
O programa deve impulsionar os investimentos e a participação do setor na matriz energética brasileira por meio de produtos como bioquerosene, biogás, etanol, biodiesel e cogeração de energia elétrica. Ricardo Salles afirmou em seu discurso que o Brasil é um exemplo para o mundo. “Temos convicção da importância do nosso ativo ambiental, das oportunidades de atração de investimento para todos esses mecanismos como o CBIO e o Brasil está indo bem nas suas metas.”
Já o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério do Minas e Energia, Márcio Félix, contou que o RenovaBio está 99% implementado. “A implantação está prevista para até o final dezembro. Todas as metas estão estabelecidas. As usinas já estão se certificando e o RenovaBio começa em 1º de janeiro”, explicou.
Duarte Nogueira ressaltou que a Região Metropolitana de Ribeirão Preto é quem colhe os frutos da força da Fenasucro. “A Fenasucro é essa vitrine de todo o nosso potencial de produção de energia limpa, renovável e sustentável. Com o avanço do RenovaBio, mais horizontes vão se abrir para a geração de emprego, renda, melhorias da nossa matriz energética e, ao mesmo tempo, aumentar o nosso mercado de exportação de etanol e açúcar”, disse.
“Como paulista, acompanhei de perto a pujança, o exemplo de respeito ao meio ambiente, o cuidado que o setor sucroenergético tem aqui em nosso Estado. Nós somos exemplo nos 66% de preservação de vegetação nativa no território nacional, no Código Florestal, lei de proteção mais restritiva do mundo e que em alguns biomas impõe uma restrição da propriedade na ordem de 20%, em outro bioma 35% e na Amazônia, 80%”, destacou Salles, mostrando como o Brasil consegue ser um dos maiores produtores de etanol e açúcar do mundo, mantendo a preservação ambiental.
Em 2018, o movimento financeiro cresceu 7% em relação a 2017, com aporte de R$ 200 milhões, chegando a R$ 4 bilhões – faturou R$ 3,8 bi lhões mo período anterior. O número de visitantes também aumentou 5,4%, de 37 mil para 39 mil pessoas, aporte de dois mil visitantes. Durante quatro dias, Sertãozinho, ganha destaque como um dos principais polos nacionais da indústria de bioenergia e de produção de cana-de-açúcar com a realização da Fenasucro & Agrocana.
A 27ª edição da Fenasucro & Agrocana contará com representantes de 100% das usinas do Brasil e de outros 43 países, além de mais de mil marcas expositoras com apresentação de cerca de três mil produtos. Mais de 350 horas de conteúdo estão confirmadas e acontecerão nas Arenas de Conteúdo espalhadas pelo evento. Realizada pelo Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) e organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a feira é uma vitrine mundial de tecnologia e investimentos para o setor sucroenergético.