Impressiona-me a necessidade que nós humanos temos de estabelecer momentos em nossas vidas. Talvez porque a consideramos longa (embora, na realidade seja muito breve!), talvez porque necessitemos de estímulos constantes, a verdade é que criamos etapas necessárias para nossa sobrevivência.
O tempo é uma delas. Sabemos que o dia tem o período diurno e o noturno. Que o mês tem 30 ou 31 dias (exceto o curto fevereiro), que o ano é o tempo de duração da longa volta que a Terra dá em redor do Sol.
Dividimos nosso dia em horas, minutos e segundos. O ano, em estações. E criamos datas especiais, onde toda a humanidade se une para comemorá-las.
Tudo isto sem nos esquecermos de que o único que vale é o presente, rápido, imediato, que, quando ocorre, transforma-se em passado.
Estas reflexões tomaram minha atenção enquanto caminhava pelas alamedas do condomínio onde moro, devido à proximidade do 31 de dezembro que se aproxima e marca o fim do ano de 2023.
Mais uma etapa que criamos como divisor de dois momentos. Se prestarmos atenção, não há diferença entre o 31 de dezembro e o primeiro de janeiro, senão a importância que todos nós damos à mudança da data. Respiramos aliviados, pois o ano termina e o novo vem cheio de promessas e perspectivas.
É fundamental para nossa vida essa importância que damos ao atingirmos a etapa que todos nós criamos. Parece que necessitamos de compartimentalizar a nossa existência, estabelecendo períodos que facilitam as nossas atividades, períodos que não só comandam as nossas ações para atingir nossos objetivos, como servem de momentos de análise do que foi feito e do que deixou de se concretizar.
Todos nós sentimos necessidade destes momentos. É como se nos engrandecêssemos pelo que fizemos e nos preparássemos para começar, de novo, a busca pelo deixamos de fazer.
A ideia de se festejar o passar do ano remonta à Antiguidade, quando festas pagãs eram realizadas. O 1º.de janeiro, porém, é mais recente, e foi instituído por Júlio Cesar, Imperador Romano, em 46 a.C, como o dia de transição do ano. Nele, comemorava-se Juno, deus dos portões.
Popularizou-se o nome réveillon, derivado do verbo francês reveiller, que significa acordar ou reanimar, para a festa do final de ano, que acontece, na maior parte da Humanidade, embora os judeus o comemorem em setembro e os muçulmanos, em maio.
Com o correr do tempo, a festa foi crescendo, vieram os bailes, as ceias e o queimar os fogos de artifício, estes surgidos na Ásia há mais de 2.000 anos. Consistiam em queima de bambus com pólvora, usados para afastar os maus espíritos. Com a avanço da ciência, os fogos passaram a ter várias cores e várias formas e, hoje são o ponto alto das festividades.
Todos nós nos posicionamos para vê-los, quer presencialmente, quer pela televisão. Como há vários fusos horários, pode-se vê-los praticamente o dia todo. São famosas a apresentação da queima de Sidney, na Austrália e do espetáculo de Copacabana, no Brasil.
Ao nos aproximarmos do 31 de dezembro, desejo a todos os meus leitores um Feliz Ano Novo. Que 2024 seja mais leve, com maior crescimento, diminuição da nossa desigualdade social e pleno das realizações de cada um de nós.
*Advogado, empresário, Presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos, Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras.