As estatísticas sobre o desemprego no Brasil são, invariavelmente, desalentadoras, mais ainda numa conjuntura economicamente adversa como a atualmente enfrentada pelo nosso país. Não causou surpresa, portanto, a amostragem da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNDA) divulgada, no último dia 16 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nem por isto, entretanto, os números deixam de ser alarmantes: segundo esse levantamento falta trabalho no Brasil, atualmente, para 27,6 milhões de brasileiros! Já a taxa de subutilização da força de trabalho, no segundo trimestre de 2018, ficou em 24,6%.
Conforme destacou, em nota, o próprio IBGE, “o resultado ficou estatisticamente estável em relação ao primeiro trimestre de 2018 (24,7%) e subiu na comparação com o segundo trimestre de 2017 (23,8%)”. O grupo de trabalhadores subutilizados, vale esclarecer, reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados mas não trabalham por motivos diversos.
Apesar da queda no número de desempregados no 2º trimestre, a pesquisa do IBGE mostra aumento no número dos que trabalham menos do que gostariam ou que simplesmente desistiram de procurar trabalho. O percentual de pessoas desalentadas em relação à população na força de trabalho – eis outro dado – ficou em 4,4% no 2º trimestre, também a maior marca da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Entre as unidades da federação, Alagoas (16,6%) e Maranhão (16,2%) registraram a maior taxa de desalento. A Região Nordeste concentra 60,2% dos desalentados do país. Lá, são 2,9 milhões de pessoas que desistiram de procurar por trabalho. O Sudeste aparece em 2º lugar, com 1 milhão de desalentados (20,8% do total).
Já a taxa de desemprego recuou para 12,4% no 2º trimestre, ante 13,1% no 1º trimestre, segundo já havia sido divulgado anteriormente pelo IBGE. A queda da taxa de desemprego, entretanto, tem sido puxada pela geração de postos informais e pelo grande número de brasileiros fora do mercado de trabalho. O número de brasileiros fora da força de trabalho (que não trabalham nem procuram), entretanto atingiu o recorde de 65,6 milhões, um aumento de 1,2% em 3 meses ou de 774 mil pessoas.
Quando o cidadão simplesmente desiste de procurar emprego é porque, efetivamente, houve desalento total da própria possibilidade de encontrá-lo!.
Fico pensando no drama dos chefes de família que não dispõem de uma renda mínima para sustentar-se ou aos seus… como é possível sobreviver com um mínimo de dignidade? A geração de empregos deve ser, nos dias de hoje, a prioridade máxima de qualquer candidato a cargo executivo, seja a nível municipal, estadual ou federal; o emprego é , sem qualquer dúvida, uma necessidade básica inadiável – da mesma forma como, paralelamente, a retomada das atividades econômicas!