A taxa composta de subutilização da força de trabalho teve ligeiro recuo de 24,7% no primeiro trimestre de 2018 para 24,6% no segundo trimestre do ano, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral, divulgados nesta quinta-feira, 16 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado equivale a dizer que faltava trabalho para 27,636 milhões de pessoas no País no segundo trimestre deste ano.
O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas estariam disponíveis para trabalhar. No segundo trimestre de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 23,8%. Outro dado divulgado pela pesquisa informa que o País tem 3,162 milhões de pessoas em busca de um emprego há mais de dois anos.
O resultado é recorde tanto em volume de pessoas atrás de uma vaga há tanto tempo, quanto em proporção em relação à população desempregada, que atualmente soma 12,966 milhões de indivíduos. Em relação ao segundo trimestre de 2017, aumentou em 8,1% o contingente de desempregados há mais de dois anos. Outros 1,857 milhão de trabalhadores procuram emprego há mais de um ano, mas há menos de dois anos. O grosso dos desempregados, 6,079 milhões, está em busca de uma vaga há pelo menos um mês, mas há menos de um ano. Na faixa dos que tentam encontrar um trabalho há menos de um mês estão 1,869 milhão de pessoas.
Outra constatação da pesquisa é que a população ocupada no segundo trimestre do ano somava 91,2 milhões de pessoas, das quais 67,6% integravam o contingente de empregados (incluindo domésticos), 4,8% eram empregadores, 25,3% pessoas que trabalharam por conta própria e 2,3% eram trabalhadores familiares auxiliares. A taxa de desocupação no Estado de São Paulo recuou de 14,0% no primeiro trimestre de 2018 para 13,6% no segundo trimestre do ano. No segundo trimestre de 2017, entretanto, a taxa de desemprego em São Paulo estava mais baixa, aos 13,5%.
A pesquisa constatou, ainda, que o percentual de trabalhadores com carteira assinada continua em queda, o que significa que o trabalho informal continua sendo a principal válvula de escape para quem não consegue um trabalho formal. Os dados do estudo indicam que, no segundo trimestre, 74,9% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, uma queda de 0,9 ponto percentual em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Desalento
O Brasil alcançou o recorde de 4,833 milhões de pessoas em situação de desalento no segundo trimestre de 2018, o maior patamar da série histórica da Pnad Contínua iniciada em 2012 pelo IBGE. O resultado significa quase 200 mil desalentados a mais em apenas um trimestre. No primeiro trimestre do ano, o País tinha 4,630 milhões de pessoas nessa situação. No primeiro trimestre de 2012, início da série histórica da pesquisa, essa população totalizava 1,995 milhão.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A taxa de desalento ficou em 4,4% da força de trabalho ampliada no segundo trimestre de 2018, também a mais elevada da série histórica.
Rendimento médio
No segundo trimestre de 2018, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.198. Ainda segundo a pesquisa, houve estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.192) como em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.174).