Por: Adalberto Luque
A Polícia Civil prendeu, na noite deste domingo (4), Igor Fernando Palácio, suspeito de integrar uma quadrilha que aplicava golpes se passando por funcionários de agências bancárias. Pelo menos 10 casos ocorreram na região de Ribeirão Preto.
O homem preso se apresentava nas redes sociais como influenciador digital. Tinha cerca de 200 mil seguidores e ostentava uma vida de luxo, postando fotos de carros, motos e até jet ski.
De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), o grupo era investigado há dois anos. “As principais vítimas que identificamos até então são pessoas idosas. Eles se aproximam dessas pessoas e, com uma engenharia social, conseguem fazer com que essas pessoas acabem fornecendo ou digitando informações que são confidenciais. E essas informações confidenciais, em algum momento, eles conseguem persuadir ou ludibriar essa vítima e conseguem fazer uma transferência de valores”, revela o delegado.
Os valores são transferidos para contas de laranjas, também conhecidos como conteiros, que é a pessoa que recebe os valores para os golpistas. Além de Palácio, a DEIC já identificou Daniel dos Santos Lima e outras duas pessoas, que seriam os laranjas. As investigações ainda estão em andamento.
Pelo menos três golpes foram aplicados em uma agência bancária na cidade de Cravinhos. Os golpistas, geralmente bem vestidos, se apresentam como funcionário da agência e orientam a vítima na dúvida de como usar o autoatendimento. Eles podem ter causado prejuízos superiores a R$ 1 milhão.
A Polícia Civil divulgou um áudio entre os golpistas onde eles informam que o “setorzinho é legal”, referindo-se à facilidade de aplicar golpes na região. E ainda indicam uma rota para seguir aplicando golpes: Cravinhos, Porto Ferreira, Leme, Araras e Rio Claro. Todas as cidades estão às margens das Rodovias Anhanguera e Bandeirantes, numa rota até São Paulo, onde os investigados moram.
De acordo com Sebba, as investigações prosseguem. Ele advertiu que os laranjas, mesmo alegando desconhecer a finalidade da utilização da conta bancária, vão responder pelo crime cometido. Não há informações se Palácio já constituiu advogado de defesa.