Ontem, olhando pela janela enquanto a insônia me consumia, lembrei-me de como a escrita me libertava. Após um chamado de um grande amigo, rompo o silêncio e escrevo hoje na intenção de libertar meus pensamentos, cujo contexto atual fez estagnar.
Sou uma educadora de família, aprendi já nos primeiros passos da vida a importância da Educação para o País. Não podemos deixar de sonhar com um Brasil estável, seguro e desenvolvido, onde possamos viver, criar nossa família, envelhecer e findar nossa existência. Como dizia meu grande avô, “Grandes sonhos nunca envelhecem”.
Trabalhamos dia-a-dia nas alamedas da Educação Brasileira. Acreditamos que isto dignifica o ser humano. Contudo, como muitos brasileiros, estamos em pânico, indignados, assistindo o que a ausência de uma política séria, sem limites, e embasada em interesse individuais fez com nosso País.
Além da vergonha que passamos como brasileiros, temos que enfrentar diariamente a ausência do básico e essencial para a estabilidade da Nação: Educação, Saúde, Segurança e Emprego. Sempre acreditamos na política e na educação como ferramentas de desenvolvimento, mas o momento atual aprisiona, angustia, nos deixa silente, com medo do futuro.
O nojo, a revolta e a indignação nos tomam ao assistimos o programa eleitoral. E para sobreviver neste país, com medo de reações abusivas e violentas, não agimos, o medo tem o poder de nos paralisar. Aceitamos calados os abusos ideológicos, a segregação de classes, os interesses individuais e diariamente continuamos a vida sempre com o pensamento que a situação ia melhorar.
Mas melhorar como? Se fizemos tão pouco para mudar nossa realidade?
Eu mesma acreditei que podia mudar. Sobrevivi após anos contribuindo para o setor público educacional. Enfrentei um leão por dia, não me arrependo, realizamos algumas conquistas importantes, mas sofri diariamente para manter meus princípios e crenças. Resisti, não me corrompi e sofri as consequências de ser trabalhadora, de querer o bem coletivo, ser honesta. Encarei as consequências, mas me mantive íntegra. Só Deus e minha família sabem pelo que passei.
Pessoas do bem se recolheram. Chegou a hora de dar um basta, de termos coragem de falar de política, eliminar o que tão mal já fez para nosso País. Precisamos começar a eliminar estes desumanos, sem caráter e corrompidos pelo poder. Sobrarão poucos para escolhermos, mas estes poucos tiveram a coragem de tentar. Afinal, se estamos neste cenário absurdo e temeroso, a culpa é nossa.
Vamos agir com a única arma que temos, o voto.
Em nosso País, as pessoas distorcem valores e princípios; ser honesto é sinônimo de ser fraco. Então, com Brasileiros honestos e trabalhadores, vamos provar, nas urnas, que os fracos juntos podem ser mais fortes. Não podemos nos deixar levar por um sorriso, uma musiquinha bonita, uma birra individual, uma simpatia sem motivo. O ato de votar não deve ser emocional. Temos que pesquisar, distinguir o que é verdade e o que é pura montagem eleitoral.
Nosso tecido social rompeu, uma nova configuração social começa a se consolidar em meio ao País em crise moral, política e social. A corrupção hoje é sistêmica, e operada por desumanos que desconhecem o que é amar o próximo. Não podemos permitir que acabem definitivamente com nossa Pátria amada. Até o dia da eleição, precisamos reagir, deixar a indignação e revolta de lado e partirmos para ações concretas. Faça seu voto ser útil.