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FAB reabre espaço aéreo para saída de garimpeiros

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou a reabertura parcial do espaço aéreo sobre a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para permitir a saída coordenada e espontânea de ga­rimpeiros que atuam ilegalmen­te na região. A medida começou a vigorar na segunda-feira, 6 de fevereiro, e vai durar uma sema­na, seguindo até dia 13.

Segundo a FAB, foram cria­dos três corredores aéreos. As ae­ronaves terão autorização de voo desde que se mantenham dentro dos limites laterais e verticais es­tabelecidos. As novas regras fo­ram normatizadas pela FAB por meio de Notam, sigla em inglês para Notice to Air Missions, que informa a comunidade aeronáu­tica sobre a operação.

“A alteração na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) acrescenta, ainda, que as aeronaves que decolarem de lo­calidades distantes desses corre­dores devem voar perpendicu­larmente até ingresso em um deles, para após prosseguirem em seu voo. Os corredores são de seis milhas náuticas (NM) de largura, o que equivale a cerca de onze quilômetros”, in­forma a FAB.

O ministro da Justiça e Segu­rança Pública, Flávio Dino, disse na manhã de segunda-feira (6) que o governo federal espera que 80% das cerca de 15 mil pessoas envolvidas no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, saiam do território ao longo desta semana.

Setores de inteligência do go­verno federal e o próprio movi­mento indígena identificaram a fuga de garimpeiros da terra indí­gena nos últimos dias por terra e por via fluvial. Como a principal forma de acesso ao território é por via aérea, a reabertura para os voos deve acelerar a saída dos invasores.

As aeronaves que descum­prirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea estarão sujeitas às Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), que vão desde a identificação da aerona­ve, pedidos de mudança de rota e pouso obrigatório.

Mas também prevê tiros de advertência e os chamados tiros de detenção, que são disparos com a finalidade de provocar da­nos e impedir o prosseguimento do voo da aeronave transgresso­ra. O bloqueio do espaço aéreo sobre a terra indígena começou a vigorar no início da semana passada, após a edição de um decreto presidencial.

A ministra dos Povos Indíge­nas, Sonia Guajajara, descreveu como destruidora a presença do garimpo ilegal na Terra Indíge­na Yanomami. Ela passou a noi­te de domingo (5) no polo base de Surucucu, que fica próximo à fronteira com a Venezuela, na parte oeste do território. Na segunda-feira (6), voltou a Boa Vista, capital do Estado.

“O que está sendo noticiado ainda está longe de mostrar a realidade ali, com essa presença tão forte de garimpeiros, com uma grande destruição no ter­ritório. É muito garimpo, garim­po infinito, o território está todo tomado por garimpeiros, por destruição, por contaminação na água. Os yanomami não têm como beber água, não têm água limpa para beber”, afirma.

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