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Extinção de cargos na mira da Câmara

Fachada da Câmara Municipal de Ribeirão Preto - Foto Alfredo Risk

A Mesa Diretora da Câma­ra de Vereadores de Ribeirão Preto protocolou um projeto de lei complementar com o ob­jetivo de extinguir dez cargos – atualmente vagos – do quadro de servidores efetivos da Casa de Leis. A proposta mira uma vaga de agente técnico legisla­tivo, cinco de agente técnico de administração, uma de agen­te de administração e três de agente de operações.

Segundo consta na justi­ficativa do projeto, a extinção destes cargos de provimento efetivo é uma medida que vai ao encontro do posicionamen­to da atual Mesa Diretora, “de fazer mais com menos”. “A re­dução dos recursos humanos, na medida do possível, ali­nhada com práticas de gestão eficiente, torna possível o de­senvolvimento das atividades regulares”, diz parte do texto.

A proposta também tem re­lação direta com a possível redu­ção do número de vereadores na próxima legislatura, dos atuais 27 para 22 parlamentares. Por de­cisão do Superior Tribunal Fede­ral (STF), Ribeirão Preto poderá cortar cinco cadeiras. Segundo a Mesa Diretora, com menos par­lamentares a extinção destes car­gos não causará prejuízos para o setor administrativo da Câmara.

A estimativa dos autores da proposta é que com a me­dida sejam economizados R$ 601.146,76 por ano. O projeto está na Secretaria Legislativa da Câmara, onde está à dispo­sição dos parlamentares para o recebimento de emendas.
Menos comissionados
Outro projeto, desta vez de autoria do vereador Marco Antô­nio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede), quer reduzir o número de assesso­res comissionados dos 27 gabine­tes dos parlamentares. A proposta prevê corte de um cargo, de cinco para quatro. De acordo com o parlamentar, a extinção de uma vaga provocaria economia de re­cursos para o Legislativo e conse­quentemente para o município. O projeto, contudo, não traz em seu bojo o valor da economia.

“Essa diminuição vai de en­contro aos princípios da legalida­de, moralidade, proporcionalida­de, eficiência e economicidade, previstos nos artigos 37 e 70 da Constituição Federal, pois o nú­mero de cargos comissionados criados deve guardar proporcio­nalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o núme­ro de servidores ocupantes de cargos efetivos na Câmara Mu­nicipal”, afirma “Boni” na justi­ficativa do projeto. Atualmente a proposta está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) à espera de parecer.

Atualmente a Câmara de Ri­beirão Preto possui 92 servidores efetivos e 135 comissionados. A Mesa Diretora conta com Lincoln Fernandes (PDT) na presidência, os vices Otoniel Lima (PRB) e Paulo Modas (Pros) e os secretá­rios Jean Corauci (PDT) e Adauto Honorato, o “Marmita” (PR).

Número de vereadores
A redução do número de ve­readores não está definida e vai depender da prórpia Câmara. Em março, Lincoln Fernandes e o presidente da CCJ, Isaac Antu­nes (PR), apresentaram projeto de emenda à Lei Orgânica do Muni­cípio (LOM) que prevê o corte de sete vagas para a próxima legisla­tura (2021-2024).

Na justificativa, os vereado­res dizem que assumiram um compromisso com a população de melhorar a qualidade de vida dos ribeirão-pretanos e de zelar pelo erário. Garantem que, com 20 parlamentares, todas as regi­ões e segmentos da cidade esta­rão bem representados. Citam, ainda, que se o corte de sete ca­deiras for aprovado, nos quatro anos da próxima legislatura a economia na Câmara pode che­gar a R$ 25,45 milhões .

Somente com os vencimen­tos dos gabinetes seriam cortados R$ 5,61 milhões com subsídios de vereadores, R$ 19,17 milhões com os salários de 35 assessores e R$ 245,28 mil com sete estagiários, totalizando aproximadamente R$ 25,03 milhões. Além dis­so, haveria economia de mais R$ 425,11 mil com material de escritório (R$ 304,16 mil), “aéreo” (R$ 3,89 mil), viagens (R$ 15,2 mil), despesas de te­lefonia (R$ 29,48 mil) e com­bustível (R$ 72,36 mil) – veja o quadro completo nesta página.

Em fevereiro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a Câmara de Ribeirão Preto deveria ter 22 vereadores a partir da próxima legislatura, cuja composição será definida em outubro de 2020. São cin­co a menos do que os atuais 27 parlamentares. Os ministros já haviam declarado a constitucio­nalidade da emenda à Lei Orgâ­nica do Município (LOM) que determinava o corte, mas faltava a modulação – se a regra valeria já nesta legislatura (2017-2020) ou para a próxima, que começa em 2021 e vai até 2024.

No entanto, o corte de cin­co cadeiras no Legislativo vai depender da própria Câmara e dos atuais vereadores. Com base na decisão do STF, eles podem aprovar nova emenda à Lei Or­gânica até outubro deste ano e garantir a manutenção das 27 cadeiras. Ou, como querem Fer­nandes e Antunes, cortar mais vagas e chegar a 20. A cidade teve 20 vereadores até 2012 – em dezembro de 2010, os par­lamentares da época aprova­ram o aumento para 27.

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