As exportações brasileiras de suco de laranja continuam em ritmo de alta nos primeiros nove meses da safra 2017/18, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CitrusBR. Entre os meses de julho e março deste ano, os embarques totalizaram 855,8 mil toneladas. O desempenho está 29% acima do mesmo período da colheita anterior, quando foram exportadas 665,8 mil toneladas. O valor das exportações também apresenta alta com US$ 1,556 bilhão ante US$ 1,198 bilhão no mesmo período da safra anterior, um avanço de 30%.
Principal mercado para as exportações do suco de laranja brasileiro, a União Europeia demandou até agora 512,9 mil toneladas ante 428,5 mil toneladas na safra 2016/17, um incremento de 20%. O volume financeiro reportado pela Secex também apresenta alta de 20%. No período, o total embarcado alcançou US$ 929,5 milhões ante US$ 772 milhões na safra anterior.
Com oferta reduzida por conta do furacão Irma, que afetou fortemente a produção da Flórida, os Estados Unidos seguem a puxar a expansão com 226,6 mil toneladas equivalente na safra corrente ante 139,7 mil um ano antes – crescimento de 62%. Os embarques para os EUA totalizam, até agora, US$ 404,4 milhões, 59% a mais do que os US$ 254,8 milhões verificados na safra 2016/17.
Para o Japão, principal destino da Ásia, o crescimento nos embarques chegou a 82% com 37,7 mil toneladas e 115% em preço, com US$ 72,4 milhões. A China, por sua vez, observou aumento de 16% em volume de suco exportado com 26,1 mil toneladas e 28% de incremento em valor, totalizando US$ 52,1 milhões.
Normalidade e preocupação – De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, a melhora das exportações representa a volta de uma relativa normalidade após um ano muito difícil. “A safra passada, a 2016/17, uma das menores da história, produziu uma quantidade muito pequena de suco, o que afetou a oferta, então a comparação com o período anterior pode apresentar algumas distorções”, diz. Segundo ele, ao se comparar a safra corrente (2017/18) com duas safras atrás (2015/16), portanto, antes dos problemas derivados da pouca oferta de laranja, o aumento é de apenas 4,5%.
Nesse sentido, Estados Unidos e Europa mostram direções opostas. “Quando comparamos o volume embarcado para os Estados Unidos na safra atual com a safra retrasada o aumento é de 60%, mas quando comparamos os embarques para a Europa a queda é de 11,2%”, observa.
Enquanto o mercado americano propiciou um aumento de 85.057 toneladas na comparação das duas safras, a Europa diminuiu a demanda em 65.106 toneladas. “Isso mostra que apesar do bom resultado deste ano, que deve ser comemorado, não podemos pensar que todos os problemas estão resolvidos porque a pressão sobre a demanda de suco ainda é um problema grave e que precisamos continuar a enfrentar”, explica.