As exportações de açúcar na região de Ribeirão Preto caíram 12% na comparação entre o acumulado de 12 meses. De julho de 2016 a junho do ano passado, as vendas chegaram a US$ 934,5 bilhões. Entre julho de 2017 até junho de 2018, foram vendidos ao exterior US$ 822,5 bilhões, US$ 112 bilhões a menos.
Os dados do Boletim Comércio Exterior do Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) com base nos indicadores do Comércio Exterior (Comex) do Ministério de Desenvolvimento, Comércio e Indústria.
A queda ocorreu principalmente em função das vendas para a China, que elevou as tarifas sobre a importação do produto brasileiro. Paralelamente, a produção de açúcar tem disparado na Índia e na Tailândia, agravando a pressão no mercado internacional.
“A produção de açúcar deve cair mais com maior o aumento da produção de etanol. E ainda temos outro fator preocupante para o setor que é a definição do novo governo brasileiro e de que forma será conduzido o teto dos preços internos da gasolina, o que pode tornar o etanol bem menos competitivo nas bombas”, avalia o pesquisador do Ceper Luciano Nakabashi, coordenador de estudos sobre comércio exterior, realizado em conjunto com as pesquisadoras Francielly Almeida e Armando Henrique.
Na contramão, a exportação de soja seguiu em alta na região, com aumento de 17,44% no período analisado. As vendas do grão brasileiro no mercado externo têm registrado valores substanciais ao longo de 2018, resultado da colheita recorde, da quebra de safra na Argentina e da expectativa de aumento das exportações para a China, diante da guerra comercial travada entre o país asiático e os Estados Unidos.
O destaque na região ficou com o amendoim não torrado, que registrou quase 60% de aumento nas vendas externas. O item papel e cartão apresentou queda de 6,77%, e as exportações de carne não apareceram entre os principais produtos nos últimos 12 meses, já que sofreram com a paralisação dos caminhoneiros e os embargos comerciais, como no caso da União Europeia para com o frango.