Duarte Nogueira *
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Estou participando esta semana, como convidado da Frente Nacional de Prefeitos – da qual sou vice-presidente de relações com o Congresso Nacional -, da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Esta é a primeira vez na história da conferência, promovida pela ONU, que prefeitos têm vez e voz nos assuntos ali discutidos. Nesta edição o debate é sobre o combate às mudanças climáticas que atinge o mundo com alterações significativas e que afetam a todos indistintamente, com intempéries, altas temperaturas etc. que provocam inúmeros danos à produção e à vida das pessoas.
Nesta oportunidade inédita, gestores de municípios de vários países podem mostrar ao mundo suas experiências exitosas para mitigar os efeitos da ação do homem nas alterações climáticas e, assim, levar experiências que possam ao menos reduzir os danos provocados por tais mudanças. Anteontem, terça-feira, participei do painel sobre Desafios da Transição Energética no Sul Global, onde apresentei iniciativas inovadoras de nossa cidade para promover a eficiência energética e a sustentabilidade urbana.
Demonstrei que nossa gestão tem adotado medidas proativas, incluindo a publicação de um inventário arbóreo para identificar áreas prioritárias para o plantio de novas árvores, visando aumentar a cobertura verde e melhorar o ambiente urbano da cidade. Precisamos limpar o planeta do consumo excessivo de gases que produzem o efeito estufa e que estão trazendo prejuízos ao nosso planeta e à nossa qualidade de vida.
Por isso, aqui estamos trabalhando com energias limpas na forma de eficiência energética, já publicamos o nosso inventário arbóreo, assim como publicamos o nosso relatório ESG (Environmental, social and Governance), fizemos o leilão de nosso parque de iluminação pública, transitando de lâmpadas de vapor de sódio e vapor de mercúrio para LED, com a substituição de 83 mil lâmpadas até o final do ano que vem, com eficiência energética de 68%, ou seja, vamos consumir 68% menos energia elétrica e aumentar a luminosidade em 50%.
Também no painel, apresentei a transformação que fizemos ao trocar a frota de ônibus, com dois terços dos veículos já substituídos por modelos Euro 6. São ônibus que não apenas reduzem significativamente as emissões de CO2, particulados e nitritos, mas também preparam o terreno para a próxima fase: a transição para ônibus elétricos. Temos como meta iniciar a eletrificação da frota em julho do próximo ano.
Tive a oportunidade de demonstrar também que para o sucesso da transição energética é crucial abordar questões sociais, como moradia de qualidade e desenvolvimento social. Não apenas a eficiência energética, mas nós precisamos, principalmente no país como o nosso, despertar nos nossos concidadãos o sentido de pertencimento a
essa responsabilidade. Não adianta você chegar para uma pessoa que não tem moradia, não tem qualidade de vida, não tem um emprego, pedir para que ela tenha um comportamento de substituição de matriz energética que ela tampouco vai se interessar por isso.
Nos municípios é onde a vida acontece. Por isso uma cidade inteligente é um lugar de pessoas felizes numa cidade que funciona. Entendo que nós precisamos trabalhar essa questão social, moradia de qualidade, desenvolvimento social, e ao mesmo tempo fazer com que o mundo tenha uma coparticipação, uma co-responsabilidade.
Ontem, quarta-feira, participei de outro painel onde relatei as experiências de Ribeirão Preto na eficiência hídrica e nossas ações para preservação do aquífero Guarani, com o controle e redução de perdas, sem deixar de lado a eficiência energética na captação da água.
* Prefeito de Ribeirão Preto
Experiências de Ribeirão Preto para o mundo
