Por: Adalberto Luque
Duas caixas com milhares de ampolas do medicamento Bromoprida, utilizado no combate a refluxo gastroesofágico e náuseas/vômitos usados em procedimentos pós-cirúrgicos foram encontrados, na manhã desta terça-feira (18), descartados em uma caçamba de restos de construção civil. A caçamba estava em frente a um imóvel em reforma na Rua José de Alencar, Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto.
O responsável pelo imóvel e o pedreiro localizaram as duas caixas, com etiqueta destinadas à Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Vila Virgínia, na zona Oeste da cidade, cerca de 7 km de onde foram encontradas. Leitor do Tribuna Ribeirão, o responsável pelo imóvel entrou em contato com a redação, que acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM). A reportagem acompanhou, com exclusividade, quando a GCM constatou que os medicamentos descartados eram destinados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e acionou a Pasta.
Um funcionário foi até o local e informou que as duas caixas faziam parte de uma encomenda entregue incompleto. Duas caixas não foram recebidas pela UBDS Vila Virgínia.
Em nota, a Secretaria confirmou que, por meio da Fundação Santa Lydia, foi notificada sobre denúncia de descarte irregular de medicamentos em nome da UBDS Vila Virgínia. “Nossa equipe técnica prontamente visitou o local e identificou que se tratava de um pedido realizado pela Fundação, porém não foi entregue por completo”, informou.
Segundo a Pasta, a nota fiscal da compra incluía um volume de psicotrópico e dois de Bromoprida. Ao receber o pedido, foi registrado no verso da nota e comunicado à empresa através de e-mail, que havia recebido apenas o volume do psicotrópico, faltando os dois volumes de Bromoprida, encontrados nesta terça-feira descartados na caçamba.
“Empresa notificada sobre o recebimento parcial dia 12/06. A Fundação já recolheu o material e entrou em contato com a empresa farmacêutica responsável para esclarecimentos sobre o extravio. Foi registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil”, concluiu a nota.
A reportagem encaminhou e-mail pedindo informações sobre o que teria ocorrido, tanto à transportadora DF Transportes, quanto à Pontual Farmacêutica, que também foi procurada por telefone. Uma pessoa de nome Ana Carolina atendeu à ligação e disse que iria acionar o setor responsável da Farma Pontual, mas até a publicação da reportagem nem a farmacêutica, nem a transportadora responderam aos questionamentos.
O medicamento foi levado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), no Centro de Ribeirão Preto. A Polícia Civil vai apurar as responsabilidades pelo descarte irregular do medicamento.
