O exame de sequenciamento genético em amostras coletadas em um paciente francês de 52 anos, internado com covid-19 no Hospital São Lucas Ribeirânia, deu negativo para a variante Ômicron, segundo testes feitos pelo Hemocentro de Ribeirão Preto, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP).
A informação foi divulgada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 3 de dezembro, ao lado do secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura. Segundo o tucano, o resultado do exame aponta infecção pela variante Delta, predominante no Brasil.
“A informação nos foi passada pelo doutor Rodrigo Calado (diretor do Hemocentro) e será oficializada pelo sistema de saúde, mas fomos autorizados a divulgar aos meios de comunicação de forma antecipada, até para tranquilizarmos nossa população”, disse o prefeito.
O paciente está sendo monitorado pela Secretaria Municipal de Saúde desde o último domingo, 28 de novembro, quando apresentou quadro grave da doença. Um dia depois, ele foi levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas Ribeirânia.
Ele e outro francês estão em Ribeirão Preto para trabalhar em uma indústria farmacêutica. O paciente é tratado com antibióticos, corticoide e imunobiológicos, seguindo as diretrizes internacionais para tratamento de formas graves de covid. Nesta sexta-feira, porém, teve uma piora no quadro de saúde e precisou ser intubado.
Na coletiva desta sexta-feira, o secretário José Carlos Moura afirmou que a cidade não acompanha outras suspeitas de infecção pela variante Ômicron. Além disso, Ribeirão Preto receberá, a partir de segunda-feira (6), na praça XV de Novembro, no Centro Histórico, o LabMóvel, laboratório itinerante do Instituto Butantan.
O equipamento vai acelerar o diagnóstico de exames de covid-19, sequenciar e mapear o vírus Sars-CoV-2 e as variantes que circulam na cidade. Dotado de alta tecnologia, possibilitará o diagnóstico em 24 horas, contadas a partir do momento em que as amostras chegam ao contêiner, enquanto o sequenciamento levará de três a seis dias.
Todo o processo entre a testagem de amostras e a análise das variantes dura de dez a doze dias. Por meio do sequenciamento genômico de parte das amostras que deram positivo no exame RT-PCR, é possível saber quais são as regiões mais críticas e as variantes predominantes em cada Departamento Regional de Saúde (DRS).
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já tem seis casos da variante Ômicron.
A sexta vítima é uma mulher residente em Santa Cruz do Sul (RS) que voltou de viagem à África do Sul na semana passada. Ela já havia tomado as duas doses da vacina e apresentou febre. A paciente está em isolamento domiciliar e é acompanhada pela vigilância em saúde do município. Pessoas próximas a ela também serão testadas.
Dois casos são do Distrito Federal e três, do estado de São Paulo. São quatro homens e duas mulheres, todos vacinados contra a covid-19. Eles estão isolados e pelo menos um apresenta sintomas leves. A maioria está assintomática. De acordo com o Ministério da Saúde, há ainda oito casos da variante em investigação no país, sendo um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e seis no Distrito Federal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que não há dúvida de que a variante Ômicron vai se propagar pelo planeta e que a nova cepa é bastante infecciosa, mas afirma que não há motivo para pânico. Até o momento, ainda não houve nenhuma notificação de morte pela cepa. A entidade pede que os governos examinem os casos detectados dentro de suas fronteiras e avaliem os riscos para tomar medidas de contenção. O Brasil fechou as fronteiras aéreas para passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.