Tribuna Ribeirão
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Evolução de siamesas surpreende médicos

Os médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – vin­culado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – revelaram nesta terça-feira, 28 de agosto, que a quarta cirurgia para separação das ir­mãs siamesas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 2 anos, que nasceram unidas pela cabeça, foi antecipada para sexta-feira (24) por causa da “supreendente evolução das meninas”.

A operação durou apro­ximadamente cinco horas e transcorreu conforme o pla­nejamento. O procedimento estava previsto para ocorrer no próximo sábado, 1º de setem­bro, conforme disse o chefe da Divisão de Cirurgia Plástica do HC, Jayme Farina Junior, em coletiva de imprensa no dia 6, mas foi antecipado. Os médicos implantaram quatro expansores subcutâneos para dar elasticida­de à pele e garantir que, na sepa­ração total de corpos (a próxima fase), haja tecido suficiente para cobrir os crânios.

Farina Júnior diz que as ir­mãs estavam muito bem, por isso a equipe antecipou a cirur­gia, para ganhar tempo na ex­pansão da pele. Ele explica que foram implantados quatro ex­pansores – uma espécie de bolsi­nhas de silicone – nas têmporas, nuca e na testa das meninas. Em 15 dias, a equipe começará a en­chê-las com soro fisiológico com o objetivo de fazer a pele esticar. Diz que não chega a dobrar de tamanho, mas ganha em torno de 30% da área que tem agora.

“Então, a gente consegue cobrir uma área maior, depois da última cirurgia. As válvu­las ficam embaixo da pele, em quatro lugares diferentes. Cada expansor tem uma válvula”, afirma A cirurgia contou com uma equipe de 20 profissionais liderados pelo Farina Junior. As irmãs siamesas devem ser defi­nitivamente separadas em 27 de outubro, após a quinta cirurgia, um mês antes da previsão inicial (novembro).

A terceira etapa, realizada no dia 4, durou oito horas. As meninas têm cérebros inde­pendentes, mas com áreas de vascularização interligadas. São esses vasos sanguíneos que fo­ram separados em cada das três primeiras cirurgias realizadas até agora. Trinta profissionais de diferentes áreas estão envolvi­dos neste processo, entre eles o médico norte-americano James Goodrich, referência mundial no assunto.

Todo o processo de separa­ção das irmãs só está sendo pos­sível por causa de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da USP e o Montefiore Medical Center de Nova York, Estados Unidos. A primeira cirurgia foi realizada em 17 de fevereiro e a segunda, em 19 de maio. Segun­do os médicos, as meninas se alimentam, respiram, se comu­nicam e têm desenvolvimento normal, como qualquer criança da idade delas.

Maria Ysadora e Maria Isa­belle estão aprendendo a falar, brincam juntas e até ensaiam os primeiros passos, que serão possíveis mesmo, após a última cirurgia. Elas são naturais do distrito cearense de Patacas, dis­tante 35 quilômetros de Fortale­za.Todo processo de separação das meninas é custeado pelo Sis­tema Unificado de Saúde (SUS). Nos Estados Unidos, um pro­cesso de separação como o delas custa cerca de R$ 9 milhões.

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