Por Isa Menguele
Luiza Brasil, colunista da Vogue, Camila Fremder, escritora e apresentadora do podcast ‘É Nóia Minha?’, Thalícia, cantora e CEO do Acervo das Prima e Tássia Reis, cantora confirmada na line-up do João Rock 2024. Esse foi o time reunido para a realização da primeira edição do Bate Papo João Rock em Ribeirão Preto, na noite da última quarta-feira (5).
O evento aconteceu no open mall do Shopping Iguatemi e reuniu diversos convidados. Referências em suas áreas de atuação, as convidadas discutiram a relação entre moda, música e atitude no cenário brasileiro.
As convidadas começaram o bate-papo relembrando o início da relação com a moda. Para Camila Fremder e Tássia Reis, as primeiras referências remontam à relação que suas mães tinham com a forma de se vestir. “Acho que meu primeiro contato com a moda vinha da adoração de ver minha mãe muito chique, vaidosa, arrumada”, relembrou Camila. Para Tássia, a lembrança mais forte era a da mãe buscando referências em revistas, e executando em casa. “Minha primeira memória é da minha mãe pegando revistas, recortando o que ela achava legal e levando para a minha tia costurar. Isso foi muito poderoso.”
Já na história de Luiza Brasil, a relação com a moda começou ainda na adolescência, marcada pelo auge do hip hop e pela era de ouro da antiga MTV no Brasil.
“A música foi um pilar muito importante para eu sedimentar o meu estilo. Eu sou dos anos 80, peguei ali aquela fase da MTV, da música, dos videoclipes, e umas das primeiras referências que eu tive e que até hoje é muito forte em mim é o hip hop. Quando eu comecei a ver essa turma em ascensão financeira, tendo acesso à moda de luxo, me deu um estalo de pertencimento muito grande e me ajudou muito a definir a Luisa de hoje.”’
A relação entre moda e música dominou o painel, que abordou conceitos como moda circular, upcycling e consumo consciente, impulsionados não só pela preocupação com o meio-ambiente, mas também com a possibilidade de se diferenciar através de peças únicas.
“Eu gostei do rolê brechó não por um instinto meu, mas porque quando eu tinha 25, 26 anos, a turma que eu andava era mais alternativa e tinha esse discurso de que era uma peça que só eu ia ter. E eu incorporei isso”, contou Camila Fremder.
A influência da música na moda também foi um tópico constante na conversa. Para a cantora Thalícia, festivais são uma oportunidade para que as pessoas expressem sua identidade de uma forma mais livre.
“Quem trabalha de terno de segunda a sexta chega no João Rock e usa uma jaqueta toda rasgada e tudo mais. É uma liberdade de se jogar. A gente vê várias tribos, com aqueles códigos que a gente consegue ler ‘essa galera curte rap, essa galera curte rock’, traduzindo o que gostam. Não é todo mundo, igual vestido de Coachella.”
A pluralidade e a diversidade de estilos presentes não apenas em festivais, mas no dia a dia do brasileiro são, na opinião de Luiza Brasil, uma tendência que veio para ficar. “O brasil atualmente vive um momento muito bom quando a gente fala de música, entretenimento, moda. Estamos de fato construindo uma identidade que hoje a gente talvez não consiga definir em nome, mas daqui a cinco, dez anos, isso vai ter um nome. Isso aqui é uma era, um momento”, finaliza a colunista.
O Bate Papo João Rock realiza um novo painel nesta quinta-feira (6) a respeito da atuação de marcas e experiências em festivais de música. O Festival João Rock acontece no próximo sábado (8), e está com ingressos esgotados. O evento conta com grandes estrelas da música nacional na line-up. Mais informações no site https://www.joaorock.com.br/.