Por Lorenna Rodrigues
O governo dos Estados Unidos começou a aplicar nesta sexta-feira, 1º de junho, restrições às importações brasileiras de aço e alumínio. Na quinta, foram publicadas informações oficializando a entrada em vigor de quotas máximas para a compra do aço brasileiro e de sobretaxa de 10% sobre as exportações de alumínio para os EUA.
De acordo com nota do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as quotas serão definidas levando em consideração a média exportada entre 2015 e 2017. Para aço semi-acabado, a quota será de 100% dessa média e, para o produto acabado (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos), de 70%.
O MDIC disse que o goveRno brasileiro está em contato com o setor produtivo e acompanhará atentamente os efeitos da medida sobre as exportações. “O governo brasileiro considera que a aplicação das restrições sobre as exportações brasileiras não se justifica e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos no âmbito bilateral e multilateral”, completou.
Mesmo depois de meses de negociações, o governo dos EUA anunciou nesta quinta que avançaria com sobretaxas sobre o aço e alumínio do Canadá, México e União Europeia, além de aplicar medidas a países como o Brasil. O anúncio reacendeu os temores de uma guerra comercial global e foi condenado por países como França, Alemanha e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia anunciado que aplicaria restrições às importações norte-americana de aço e alumínio, mas os países vinham, bilateralmente, tentando isenções. O Brasil conseguiu evitar a sobretaxa de 25% sobre as vendas de aço e tentava negociar as quotas, que acabaram sendo impostas a partir desta sexta.