Os preços dos combustíveis dispararam em Ribeirão Preto desde sexta-feira, 19 de fevereiro, mesmo dia em que os reajustes anunciados pela Petrobras entraram em vigor e quando o litro do etanol hidratado registrou alta recorde nas usinas paulistas (leia nesta página).
O derivado de petróleo já estava sendo vendido por R$ 5,20 (R$ 5,199) em alguns revendedores desde a semana passada. Nesta segunda-feira (22), porém, o litro do etanol voltou a subir nas bombas da cidade e já custa entre R$ 3,50 (R$ 3,499) e R$ 3,60 (R$ 3,599) em vários postos bandeirados.
O preço do álcool hidratado subiu pela nona semana seguida nas unidades produtoras do estado, bateu novo recorde de reajuste e superou a barreira de R$ 2,50 nas usinas paulistas. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (19) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
O litro do produto saltou de R$ 2,2474 para R$ 2,5268, aumento de 12,43% – já havia registrado elevação de 5,41% no dia 12. Acumula avanço de 37,27% em cinco meses, segundo os dados semanais do Cepea. O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – subiu e está perto de ultrapassar R$ 2,80. Passou de R$ 2,4993 para R$ 2,7649, alta de 10,63%. O aumento acumulado em 150 dias é de 29,53%.
Os preços da gasolina e do óleo diesel vendidos nas refinarias da Petrobras ficaram 10,2% e 14,7% mais caros, respectivamente. Segundo a companhia, subiram para R$ 2,48 e R$ 2,58 por litro. O aumento do litro da gasolina nas produtoras é de R$ 0,23 e a do diesel, de R$ 0,34.
Os valores dos combustíveis da estatal já haviam sido reajustados em 9 de fevereiro – o de sexta-feira foi o quarto do ano para a gasolina: o diesel já subiu três vezes em 2021. Com os novos reajustes, o litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% desde o início do ano. Já o diesel subiu 27,72% no mesmo período.
Os postos de Ribeirão Preto acompanharam as distribuidoras e repassaram a alta de preços para o consumidor final. Os combustíveis estão entre 16,1% (no caso do etanol) e 8,3% mais caros (gasolina). Nas bombas, o litro do derivado de petróleo já custa entre R$ 4,40 (R$ 4,399) e R$ 4,60 (R$ 4,599) nos sem-bandeira e até R$ 5,20 (R$ 5,199) nos bandeirados – as médias são de R$ 4,50 (R$ 4,499) e R$ 5 (R$ 4,999), respectivamente.
A nova gasolina, com 5% a mais de octanagem, é vendida por até R$ 5,80 (R$ 5,799). O etanol custa entre R$ 3,15 (R$ 3,149) e R$ 3,40 (R$ 3,399) nos independentes e de R$ 3,40 (R$ 3,399) a R$ 3,60 (R$ 3,599) nos franqueados – as médias são de R$ 3,30 e R$ 3,50 (R$ 3,599), respectivamente.
Segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 7 e 13 fevereiro (o novo balanço será divulgado nesta terça-feira, dia 23, por causa do carnaval), a competitividade entre etanol e gasolina está no limite, em 68,1%. Desde dezembro que a paridade oscila entre 68% e mais de 70%. A competitividade era de 68,2% até dia 6. Entre 24 e 30 de janeiro, por exemplo, chegou a 70,4%.
Segundo a ANP, o preço do etanol, que chegou a custar R$ 3,090 até 30 de janeiro – maior valor da história desde que a agência passou a pesquisar preços na cidade –, saltou de R$ 3,000 para R$ 3,076, alta de 2,5%. O litro da gasolina agora custa, em média, R$ 4,518, aumento de 2,7% em relação aos R$ 4,400 cobrados até dia 6.
Considerando os valores médios da agência, ainda é vantajoso abastecer com o derivado de cana-de-açúcar, já que a paridade com a gasolina ainda não ultrapassou o limite – deixa de ser vantagem encher o tanque com álcool quando a relação chega a 70%.
Em Ribeirão Preto, a gasolina aditivada sai por R$ 4,650, reajuste de 2,8% em relação aos R$ 4,521 do período anterior, de acordo com a agência reguladora. O litro do óleo diesel é vendido, em média, por R$ 3,769, alta de 2,5% ante os R$ 3,675 do dia 6. O diesel S10 custa R$ 3,841, valor 1,7% acima dos R$ 3,775 cobrados anteriormente.
No acumulado do ano passado, houve redução de 4,1% no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras, mas a queda não chegou às bombas. Segundo a estatal, em 2020 foram feitos 41 reajustes no combustível. Foram 20 aumentos e 21 quedas no valor do litro. O diesel acumulou queda de 13,2 % no ano passado, em um total de 32 reajustes, com 17 aumentos e 15 reduções no valor.