O preço do etanol não para de subir nas bombas de Ribeirão Preto, em plena safra da cana-de-açúcar. Nos postos bandeirados, a alta desta semana chega a 2,3%, acréscimo de R$ 0,10. Em alguns sem-bandeira houve majoração de 5,4% nesta quarta-feira, 12 de maio, com aporte de R$ 0,20. Em menos de dez dias, o litro do álcool vendido na cidade ficou entre R$ 0,30 e R$ 0,40 mais caro.
Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), por causa da falta de chuvas, a produção da matéria-prima caiu 30% e algumas usinas adiaram o início da moagem. Na segunda quinzena de abril a queda chega a 22,5%. Além disso, segundo o Núcleo Postos da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), a demanda por etanol cresceu 20% devido aos constantes reajustes da gasolina praticados pela Petrobras.
Com a procura em alta e a oferta em baixa, as usinas elevaram os preços para que não haja desabastecimento. O Núcleo Postos reúne 85 postos de combustíveis da cidade, o equivalente a 50% do mercado local. Além disso, parte da cana produzida vai para a produção de açúcar, uma das principais commodities brasileiras para exportação.
Em Ribeirão Preto, na maioria dos postos bandeirados, o etanol custa entre R$ 4,15 (R$ 4,149) e R$ 4,40 (R$ 4,399). Nos sem-bandeira o álcool é vendido entre R$ 3,90 (R$ 3,899) e R$ 4,10 (R$ 4,099). O consumidor deve pesquisar porque há variação para mais e para menos. Já o litro da gasolina custa entre R$ 5,40 (R$ 5,399) e R$ 5,80 (R$ 5,799) nos bandeirados.
Nos sem-bandeira, custa entre R$ 4,90 (R$ 4,899) e R$ 5,30 (R$ 5,299), mas o consumidor deve pesquisar porque há revendedores franqueados e independentes que cobram mais e outros, menos. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado entre 2 e 8 de maio, todos os combustíveis ficaram mais caros esta semana em Ribeirão Preto.
O valor médio cobrado pelo litro do etanol hidratado foi para R$ 3,736, aumento de 4,1% em relação aos R$ 3,589 praticados até dia 1º. Em 20 de março, o preço do álcool hidratado havia registrado recorde na cidade, com média de R$ 4,036 – maior valor da história desde que a agência passou a pesquisar preços no município. O litro da gasolina agora custa, em média, R$ 5,338, alta de 2% em relação aos R$ 5,230 cobrados anteriormente.
A competitividade entre os derivados de cana-de-açúcar e de petróleo voltou a ficar perto do limite. Nesta sexta-feira era de 70%. Estava em 69% no dia 3 de abril, depois 66,5% no dia 9, no dia 17 era de 65,4%, no dia 24 estava em 66,8% e no dia 1º era de 68,6%. Chegou a 74,5% em 13 de março.
A paridade oscilava entre 68% e mais de 70% desde dezembro. Considerando os valores médios da agência, pode não ser mais vantajoso abastecer com o derivado de cana-de-açúcar, já que a paridade com a gasolina está no limite – deixa de ser vantagem encher o tanque com álcool quando a relação chega a 70%.
Em Ribeirão Preto, a gasolina aditivada sai por R$ 5,446, elevação de 1,3% em relação aos R$ 5,376 do período anterior, de acordo com a agência reguladora. O litro do óleo diesel é vendido, em média, por R$ 4,483, aumento de 7,5% ante os R$ 4,170 do dia 1º. O diesel S10 custa R$ 4,529, valor 7,2% acima dos R$ 4,223 cobrados anteriormente.
Nas unidades produtoras
Depois de uma semana de trégua, com uma queda pífia de 0,59% em 30 de abril, o preço do etanol hidratado disparou nas usinas paulistas e o valor cobrado pelo litro do derivado da cana-de-açúcar está perto de superar R$ 3. Os dados foram divulgados na sexta-feira, 7 de maio, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
O litro do etanol hidratado saltou de R$ 2,6589 para R$ 2,9261, alta de 10,05% – antes da queda de 0,59% no dia 30 havia registrado aumento de 3,46% no dia 23, de abril, de 8,9% no dia 16, mais 2,5% no dia 9 e de 0,39% no dia 1º. Acumula alta de 24,71% em menos de 40 dias. Nem a safra da cana-de-açúcar segurou a disparada nas unidades produtoras.
O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – aumentou e agora está acima de R$ 3,30, o que não ocorria desde a primeira semana de março. Saltou de R$ 3,0237 para R$ 3,3085, aumento de 9,42%. Acumula alta de 28,69% em menos de 40 dias – subiu 0,37% no dia 30, mais 4,15% no dia 23, 9,71% no dia 16, mais 4,42% no dia 9 e 0,62% no dia 1º.
Gasolina
Em 1º de maio, a Petrobras reduziu em cerca de 2% os preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias. A estatal reajusta os preços dos combustíveis em suas refinarias seguindo a variação da cotação internacional do petróleo.
A gasolina ficou mais cara ao longo de 2021, uma vez que era negociada pela Petrobras a R$ 1,84 no final de dezembro de 2020. O litro do diesel fechou 2020 custando R$ 2,02. Com a mudança, a gasolina passa a acumular alta de 38,76% desde o início do ano, enquanto o diesel subiu 34,14%.