Depois de quatro semanas consecutivas de alta, o preço do etanol combustível voltou a cair nas usinas paulistas, mas o litro do produto segue acima da casa dos R$ 2, segundo dados divulgados na sexta-feira, 24 de janeiro, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP).
O preço do derivado de cana-de-açúcar não recuava nas unidades produtoras desde dezembro, quando sofreu duas quedas seguidas, entre os dias 9 e 20, de 0,82% e 0,16%, respectivamente. A retração da semana passada refletiu nas bombas de Ribeirão Preto, onde o etanol está cerca de R$ 0,10 mais barato, em média.
O último levantamento do Cepea, porém, mostra uma retração ainda tímida nas usinas. O litro do hidratado baixou de R$ 2,0687 para R$ 2,0618, queda de 0,33%. O produto acumulava elevação de 3,89% desde as vésperas do Natal. O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – caiu 0,57%, de R$ 2,2675 para R$ 2,545 entre os dias 17 e 24. Acumulava aumento de 4,06% desde o final do ano passado.
A entressafra, o dólar e o aumento da demanda – a explosão de consumo foi causada, em parte, pelas correções no litro da gasolina, que agora começou a cair nas refinarias – são as justificativas para explicar as altas. Na sexta-feira (24), a Petrobras reduziu o preço da gasolina em 1,5%, em média, nas suas unidades produtoras – ficou R$ 0,027 mais barato. A queda do óleo diesel (S10 e S500) foi de 4,1%, e o derivado de petróleo caiu R$ 0,091.
Segundo o mais recente levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 19 e 25 de janeiro, em 108 cidades paulistas, o preço médio do etanol em Ribeirão Preto recuou de R$ 3,085 para R$ 3,004, queda de 2,6% e desconto de R$ 0,081. Os postos que cobravam até R$ 3,28 (ou R$ 3,279) pelo litro já vendem o produto por R$ 3,18 (ou R$ 3,179).
Ainda há vários revendedores bandeirados que revendem o combustível ao consumidor por R$ 3,20 (ou R$ 3,199) – mas a média nos franqueados voltou a ser de R$ 3,10 (ou R$ 3,099). Nos postos sem-bandeira, o preço também caiu e a média hoje é de R$ 2,86 (ou R$ 2,859). Alguns comerciantes praticam preços menores, de R$ 2,80 (ou R$ 2,799) – nestes locais sempre há fila para abastecer.
O consumidor deve pesquisar porque há estabelecimentos independentes que vendem o álcool mais barato. Nos bandeirados também há descontos para pagamento à vista. Em janeiro do ano passado, o valor mais alto cobrado na cidade era de R$ 2,70 (R$ 2,699), até R$ 0,50 mais barato. Segundo a ANP, o preço médio da gasolina em Ribeirão Preto recuou 3,5%, de R$ 4,553 para R$ 4,392, abatimento de R$ 0,161. O litro do diesel também está 1,38% mais barato. Baixou de R$ 3,744 para R$ 3,692, desconto de R$ 0,052.
Em alguns postos bandeirados da cidade o litro da gasolina ainda é vendido por R$ 4,90 (ou R$ 4,899). O consumidor deve pesquisar porque os preços variam – a média nos franqueados é de R$ 4,50 (ou R$ 4,489), mas varia de R$ 4,40 (ou R$ 4,399) a R$ 4,70 (R$ 4,698). Nos sem-bandeira a média é de R$ 4,18 (R$ 4,179), porém, alguns comerciantes vendem o produto por R$ 4,30 (R$ 4,298).
Considerando os valores médios da agência, de R$ 3,004 para o álcool e R$ 4,392 para a gasolina, ainda é mais vantajoso abastecer com etanol, já que a paridade está em 68,4% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana-de-açúcar quando a relação chega a 70%.
Com base nas médias dos postos bandeirados (R$ 3,10 para o etanol e R$ 4,50 para a gasolina), a paridade está em 68,8%. Nos sem-bandeira da cidade (R$ 2,86 para o etanol e R$ 4,18 para o derivado de petróleo), a paridade está no limite, em cerca de 68,4%.