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Estudo sobre o Aquífero Guarani avança 

Com análises detalhadas, a iniciativa visa monitorar a qualidade e disponibilidade hídrica do manancial 

Transdutores em poços monitoram continuamente os níveis de água tanto nas zonas confinadas quando nas de afloramento, como a Lagoa do Saibro (Alfredo Risk)

A Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp) tem avançado com o projeto inédito para assegurar a preservação e o uso sustentável do Aquífero Guarani. Conhecido como Estudo de Resiliência, o projeto busca aprofundar o conhecimento sobre a disponibilidade hídrica e a dinâmica do manancial subterrâneo, que abastece a cidade. 
 
O estudo iniciou com a identificação de doze poços em diversas regiões da cidade, onde foram coletadas amostras de água para análise. As amostras permitirão uma avaliação físico-química detalhada, importante para entender a qualidade da água e identificar possíveis pontos de vulnerabilidade do aquífero.  
 
Além disso, a instalação de transdutores em poços estratégicos está possibilitando o monitoramento contínuo dos níveis de água tanto nas zonas confinadas, onde a recarga é limitada, quanto nas zonas de afloramento, que recebem recargas naturais. 
 
As análises com foco em compostos-chave como estrôncio, carbono 14 e isótopo de oxigênio deutério, são elementos cruciais para determinar a idade da água, sua circulação e a estrutura do aquífero, que é classificado como difuso, exigindo uma abordagem sistemática para sua compreensão.  
 
Com essas análises, a equipe espera obter uma visão mais precisa do manancial, o que será fundamental para a gestão sustentável dos recursos hídricos na região. O investimento da Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto passa de R$ 2 milhões. 
 
Ao término dos estudos teremos dados essenciais para melhorar a gestão do abastecimento de água. Além disso, teremos uma prévia destes dados que serão apresentados até o final do mês de novembro”, declara o secretário da Saerp, Antonio Carlos de Oliveira Junior. 
 
A proposta é garantir que, mesmo em cenários de crise hídrica ou períodos de seca, a cidade tenha acesso a um abastecimento estável e de qualidade. O estudo integra uma estratégia mais ampla, de diversificação de fontes, que inclui também o uso planejado das águas superficiais do Rio Pardo como uma alternativa complementar. 
 
O Estudo de Resiliência do Aquífero Guarani é uma iniciativa fundamental para garantir que, mesmo diante de desafios como a crescente demanda por água e as mudanças climáticas, a cidade tenha um abastecimento seguro e de qualidade.  
 
A Saerp continua trabalhando em prol de soluções inovadoras e sustentáveis, afim de assegurar que as futuras gerações tenham acesso aos recursos hídricos que necessitam. O manancial tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.  
 
Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o aquífero – todo o abastecimento da população de 728.400 habitantes é feito via 120 poços artesianos da Secretaria de Água e Esgoto (Saerp) –, o nível caiu 120 metros em 71 anos. Para minimizar essa situação, a prefeitura pretende captar água do Rio Pardo. Seria uma fonte alternativa ao manancial subterrâneo. 
 
O Consórcio GeasaNippon Koei lac, composto pelas empresas Geasa Engenharia, Nippon Koei Lac do Brasil e Techne Engenheiros Consultores, venceu a licitação aberta pela prefeitura de Ribeirão Preto para captação de água do Rio Pardo pela Secretaria Municipal de Água e Esgoto. 
 
Segundo o edital publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 28 de agosto, o grupo venceu com a proposta de R$ 2.599.756,55. O projeto do Pardo prevê a captação, tratamento e distribuição da água complementação do abastecimento para toda a cidade. Está dividido em etapas, sendo que a primeira, referente ao estudo, tem previsão de conclusão de nove meses após a contratação da empresa.  
 
A secretaria já tem a outorga liberada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que autoriza a utilização de três metros cúbicos por segundo da água do rio. Atualmente, o abastecimento de água em Ribeirão Preto é totalmente feito a partir do Aquífero Guarani, mas estudos geológicos apontam queda nos níveis do manancial. 
 
Em 2013, no segundo mandato da ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um anteprojeto elaborado pela prefeitura, o extinto Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão chegou a cogitar a captação de água do Rio Pardo a partir de 2015. O custo total da obra estava orçado em R$ 630 milhões, depois caiu para R$ 530 milhões.  
 
Com o calorão e a estiagem, a Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, secou de novo entre abril e outubro. Vários peixes morreram. Com a chuvarada que caiu na cidade entre o final do mês passado e novembro, voltou a encher. 
 

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