Alunos dos cursos de Arquitetura e Engenharia do Centro Universitário Moura Lacerda trabalham diariamente no desenvolvimento de um projeto de restauro do Complexo dos Museus Municipais de Ribeirão Preto – Museu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos e Museu do Café Coronel Francisco Schmidt, instalados no campus da Universidade de São Paulo (USP). Eles fazem o levantamento métrico, histórico e fotográfico das edificações para, a partir daí, elaborar um plano arquitetônico completo. A partir deste projeto, a prefeitura poderá estimar o valor da restauração dos prédios e o cronograma de execução, além de ter subsídios para lançar edital de licitação ou de chamamento público e definir quem será o executor do projeto final da intervenção e, então, dar início ao processo de reforma e restauro do local. O convênio entre administração municipal ea instituição de ensino foi assinado em 31 de outubro. Os locais estão fechados à visitação para a salvaguarda de seu acervo e edificações, dependendo da reforma e do restauro para a reabertura. Segundo o diretor do Complexo de Museus, Júnior Souza, o convênio tem prazo de duração até novembro de 2019 e, assim que finalizado, o projeto será submetido à aprovação do Conselho Municipal de Políticas Culturais, do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Se for aprovado, será encaminhado à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e à Secretaria Especial da Cultura. Ele explica que, assim, será possível captar recursos por meio de leis estaduais e federais de incentivo à cultura, como o Programa de Ação Cultural (ProAC) e a Lei Rouanet, respectivamente; além da possibilidade de parcerias público-privadas (PPPs) Com o auxílio dessas leis de incentivo, empresas da iniciativa privada poderão investir recursos para esta reforma e restauro. “Os Museus fazem parte da história de Ribeirão e estamos empenhados na reforma e restauro para preservá-los como locais de identidade cultural, memória e história de nossa sociedade”, afirma o diretor. A prefeitura de Ribeirão Preto foi condenada a restaurar o Complexo dos Museus Municipais dentro do prazo máximo de dois anos. A sentença foi expedida pelo juiz Gustavo Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, em 11 de dezembro do ano passado. A decisão também obriga a prefeitura a recuperar o acervo no prazo máximo de um ano. Tanto o Histórico e de Ordem Geral, quanto o do Café Coronel Francisco Schmidt estão fechados ao público desde 2016 por causa de deteriorização, infestação de cupins e risco de desabamento e incêndio. Com o objetivo de contar a história do “ciclo do café” em Ribeirão Preto e no Brasil, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher e colecionar objetos alusivos a cultura do “ouro verde”. Em 20 de janeiro de 1955, já com um número significativo de objetos, foi inaugurado o Museu do Café, instalado provisoriamente, em três salas e três corpos das varandas que circundam o edifício do Museu Histórico. O prédio do Museu do Café Coronel Francisco Schmidt foi inaugurado oficialmente em 26 de janeiro de 1957, no campus da Universidade de São Paulo (USP). O Museu Histórico e de Ordem Geral começou a sair do papel em 1938, por iniciativa do seu patrono Plínio Travassos dos Santos. Com o objetivo de criar um Museu em Ribeirão Preto. A criação foi oficializada em julho de 1949. Em 1950, o município recebeu por empréstimo a casa-sede (antigo Solar Schmidt) da Fazenda Monte Alegre. Este imóvel e a área circundante foram posteriormente doados (em regime de comodato) mediante autorização legal. Em 28 de março de 1951, instalado definitivamente no antigo Solar Schmidt, o museu foi inaugurado, com as seções Artes, Etnologia Indígena, Zoologia, Geologia e Numismática.