O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, disse nesta quinta-feira, 7 de janeiro, que o cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ser mantido e que as provas, marcadas para os dias 17 e 24 deste mês, não serão adiadas por causa da pandemia do novo coronavírus.
Entidades estudantis pedem um novo adiamento. Segundo os estudantes, não há condições seguras para a realização do exame. Em nota conjunta, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) afirmam que a realização da prova coloca em risco a segurança “em um ambiente de crescente contaminação”.
As entidades citam o fato de que milhões de pessoas ficarão em salas de aulas fechadas distribuídas por todo o país. “Nós nos preparamos para fazer uma prova em ambiente de pandemia”, afirma Lopes. “Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas.”
Ele explica que foram adotadas as medidas necessárias para a aplicação das provas, que já foram adiadas uma vez por causa da pandemia de covid-19. São 5.783.357 candidatos inscritos – o número é 13,5% maior do que a edição anterior, que teve o menor número em toda a história –, cerca de 4.800 da região de Ribeirão Preto.
As provas do Enem 2020 serão realizadas nos dias 17 e 24 (versão impressa) e em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital). Serão 14 mil locais de prova e 205 mil salas. Nas redes sociais, os estudantes também organizam manifestações pedindo o adiamento do Enem. Um “tuitaço” foi realizado na quarta-feira (6), pedindo um Enem seguro.
Lopes destaca o papel do Enem para o acesso de estudantes ao ensino superior e a estrutura de organização do Inep, que considera capaz de oferecer um ambiente seguro de aplicação do teste. “Há universidades que estão usando exclusivamente a nota do Enem como meio de acesso ao ensino superior, e isso é importante porque, em vez de o aluno sair de casa para fazer várias provas, ele sai para fazer o Enem”, diz.
“Dada a nossa capacidade de organização e o tamanho do Enem, temos condições de oferecer um ambiente seguro de prova que, eventualmente, uma faculdade menor não conseguiria”, enfatiza. O número de casos e de mortes por covid-19 vem aumentando no Brasil. Neste cenário, nas redes sociais, ganhou força o movimento #AdiaEnem, compartilhado por professores, estudantes, parlamentares e outros apoiadores.
O Inep anunciou diversas medidas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, aumentando a quantidade de locais de prova e reduzindo o número de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes.
Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.
Além disso, quem for diagnosticado com covid-19, ou apresentar sintomas desta ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e sim entrar em contato com o Inep pela Página do Participante, ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro.