O ensino durante a pandemia foi um dos maiores desafios para os educadores, que buscaram encontrar no “online” novos meios de estimular, incentivar e garantir o aprendizado dos alunos. No colégio Camillo de Mattos, escola filantrópica da Fundação Educandário em Ribeirão Preto, o objetivo foi traçado e superado com o aluno Diogo Guilbert Rodrigues, estudante do oitavo ano que, com apenas 13 anos, foi medalhista de prata na 16ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Selecionado no nível 1 – para estudantes do 6º ao 7º ano do ensino fundamental – Diogo não abriu mão dos estudos durante a pandemia e participou de todas as aulas online, além de separar 30 minutos por dia para estudar as provas anteriores da olimpíada, com enfoque em frações e equações. A classificação foi uma surpresa inesperada para o jovem, que acreditou de início ser apenas mais uma avaliação para nota escolar.
“Pensei que era uma prova de matemática para ganhar nota. Não esperava ganhar, fiquei muito feliz com a notícia da medalha, nem acreditei de primeira. Aqui (escola) é muito bom, eu aprendo bastante coisa. Os professores ensinam muito bem, tem alguns até que fazem brincadeiras para entendermos melhor o conteúdo”, comenta.
A premiação será grande propulsora para que ele se dedique durante todo seu período acadêmico e possa conquistar sua entrada na faculdade. “É uma sensação muito boa, porque eu já tinha participado de competições escolares antes, mas nunca tinha ganho medalha, essa foi a minha primeira. Futuramente, eu quero seguir a profissão de mecatrônica, quero construir aviões”, afirma Diogo.
Para os pais, que antes da seleção não tinham conhecimento da proporção da olimpíada, o ganho da medalha é resultado de uma dedicação natural de Diogo, que desde muito novo mostrou responsabilidade com os estudos.
“Quando surgiu a olimpíada e ele disse que ia participar eu apoiei. Falo para ele não perder oportunidades que a vida dá. Nós não conhecíamos a olimpíada, não sabíamos da proporção toda, estamos conhecendo agora. Foi um orgulho muito grande”, comenta a mãe de Diogo, Liliane Cristina Rodrigues.
O orgulho pela classificação traz reconhecimento pelo ensino da escola onde Diogo estuda desde o terceiro ano. “A fundação era um sonho meu, eu sempre fiz inscrição para o primeiro, segundo e terceiro filho. Quando chamaram os três, eles passaram a sonhar junto comigo. Sou muito grata à escola e aos professores”, diz Liliane. Além da medalha, o estudante será contemplado com o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) de forma gratuita.