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Estão batendo!

Eis que alguém bate. Vamos atender?

A vida sempre nos surpreende com novas oportunidades, novas chances a fim de evitar qualquer desperdício e nos colocarmos sempre como discípulos, alunos do Bom Mestre que pacientemente ensina a lançar nossas redes em águas muito turbulentas e pouco límpidas.
Chegando próximos de celebrar o Natal do Senhor, temos em nossas mãos a ocasião propícia de revisitar as nossas opções feitas durante este ano, se as nossas atitudes foram de acolhida, reconciliação e perdão e assim criamos uma situa­ção semelhante a um presépio, ou se desgostosos e até desa­nimados não nos demos conta que o mundo inteiro “espera a manifestação dos filhos de Deus”!

Desse modo a celebração do Natal não pode se reduzir nem se identificar com propaganda de final de ano, como se tudo fosse acabar sem eira nem beira. Há muito tempo se diz que o mercado, a propaganda, os interesses de comprar e vender transformou o Natal do Senhor em aniversário sem aniversariante. Triste!

Entretanto, como a esperança não falece, a Sagrada Liturgia nos entusiasma com o grande convite para que nos deixemos visitar pelo Senhor que nos ama com amor eterno. Mais que as luzes que piscam, mais que as musiquinhas de harpa natalina, mais que as propagandas de Black Friday, a celebração do Natal do Senhor é um convite a acolhermos a Vida que nos visita, o amor que nos procura, a salvação que nos quer encontrar e a fraternidade que deseja renascer e se fortalecer entre os seres humanos. Natal é a festa da vida que nasce e se renova em Cristo que bate à porta de nosso coração e pergunta:- “posso entrar? Tem lugar para mim nessa festa”?

Durante o ano todo, muitas situações vividas criaram espanto, temor e alimentaram o medo no coração de toda a humanidade. Cristãos mortos dentro de suas igrejas, atos terroristas ceifando vidas inocentes, egoísmo e desonestidade condenando milhares de pessoas a viver sem saneamento básico e serviços de saúde, migrantes e refugiados sendo tratados como se não fossem pessoas, nossos semelhantes e irmãos, além de tragédias ambientais provocadas pela ganân­cia de grupos econômicos que dominam meio mundo.

Ao que parece estamos num contexto semelhante ao da época da primeira vinda de Cristo. Como narra o evangelis­ta São Lucas, naquela época – como hoje – “não havia lugar para eles nas hospedarias”. Muitas eram as preocupações da­quele povo, como podem também ser as nossas, o que desvia a atenção do verdadeiro motivo e motivador da festa: o Cristo que ainda hoje procura se instalar no meio de nós trazendo como presente e dádiva o amor que renova e transforma corações e realidade.

Se o aceitamos, se “lhe abrimos as portas de nosso coração e nossa vida, Ele faz a verdadeira festa acontecer”! Mas é ne­cessária e urgente a conversão de todos e de toda a sociedade ao projeto de fraternidade que o Menino Jesus traz consigo. Não serve uma emoçãozinha frívola de noite de Natal moti­vada pelos velhos clichês dos filmes natalinos… É sim a hora de não nos conformarmos com esse mundo e mudar! Mudar o nosso jeito de pensar, de agir e de sonhar. É agora a hora de transformar o mundo num verdadeiro presépio que acolhe o Senhor que vem a nós. Quem o acolhe participa com Ele da festa da vida.

Feliz Natal, vida nova e esperança viva para todos nós!

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