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Estado vai contratar 76 funcionários para o HC

O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, José Henri­que Germann Ferreira, esteve em Ribeirão Preto na manhã desta terça-feira, 28 de maio, e anunciou o repasse de R$ 3 milhões para a contratação de 76 novos profissio­nais – entre eles médicos, enfer­meiros e agentes de saúde – para o Hospital das Clínicas da Faculda­de de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMRP-USP). A contratação deve viabilizar a re­tomada de serviços especializados na unidade hospitalar, como os transplantes de fígado.

Os quatro centros cirúrgicos devem voltar a operar na semana que vêm O anúncio do repas­se ocorreu durante reunião no Departamento Regional de Saú­de (DRS-13) – atende Ribeirão Preto e mais 25 cidades –, com a presença do superintendente do HC, Benedito Carlos Maciel, do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), dos deputados estaduais Leo Oliveira (MDB), Rafael Silva (PSB) e Sargento Neri (Avante), do secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, e dos vereado­res Luciano Mega (PDT) e Igor Oliveira (MDB).

Após o anúncio do repasse de R$3 milhões, José Henrique Ger­mann Ferreira concedeu entrevis­ta coletiva. “O nosso objetivo aqui foi trazer a notícia frente às dificul­dades que o HC está tendo com a relação à questão dos transplantes, cujo problema chegou até nós um mês atrás pelo superintendente do Hospital das Clínicas”, disse.

“Nós fizemos todo o estudo e temos dificuldades de reposi­ção de pessoal do ponto de vista burocrático. Nesse sentido, esta­mos entregando um convênio para que através da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e As­sistência (Faepa) se faça a con­tratação dos 76 profissionais”. A contratação inclui 16 médicos, 32 profissionais de enfermagem, 22 agentes de saúde nas áreas de farmácia, nutrição, fisioterapia, psicologia entre outros e será por tempo determinado.

“Esse número que estamos contratando é de um total de 400 aproximadamente que teremos que repor ao longo do tempo. Isso é um modelo de contratação. Se em seis meses não estiver pronto no âmbito jurídico, renovamos o convênio para mais seis meses [caso isso ocorra, o Governo do Estado investe mais R$ 3 milhões]. Esse é o nosso compromisso en­quanto Secretaria de Estado da Saúde”, ressalta Germann Ferreira.

Para o prefeito Duarte No­gueira, no entanto, é necessário haver a garantia de vagas, com a disponibilidade de recursos hu­manos, ou seja, a contratação de pessoal para outros tipos de aten­dimento. “As unidades de pronto -atendimento de Ribeirão Preto e de toda a nossa região demandam as vagas que são alocadas, con­forme a regulação de cada es­pecialidade, da emergência e da demanda mais específica destas pessoas que eventualmente pre­cisam de intervenções mais rápi­das”, explica.

“Quando é o caso de um pa­ciente politraumatizado ou al­guma pessoa mais gravemente ferida, eles têm a prioridade de ‘vaga zero’ até por uma questão de responsabilidade assistencial, mas quem tem problemas interme­diários que não são emergenciais fica muito tempo na fila e isso não pode acontecer”, frisa o tucano.

Situação grave
A defasagem no quadro clí­nico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, principalmente dos médicos anestesistas, levou à suspensão das cirurgias eletivas. Desde 1º de abril os transplantes de fígado foram cancelados e os pacientes hepáticos tiveram que ser encaminhados para outras unidades como São José do Rio Preto, Campinas, Botucatu, Soro­caba e a capital paulista.

Com as medidas anuncia­das pela Secretaria de Estado da Saúde, o superintende do HC, Benedito Carlos Maciel, acredita que a partir da semana que vem a situação seja normalizada. “Os pa­cientes não ficaram desassistidos, eles tinham o acompanhamento aqui e quando precisavam ir para outro hospital, eventualmente, para realizar o transplante, eles eram encaminhados dentro de uma linha que o órgão era com­patível e a gravidade do paciente justificada. Com a retomada do serviço eles voltam a ficar aqui na região, como tem acontecido ao longo dos anos”.

A falta de anestesistas no HC provocou o cancelamento de ci­rurgias e o fim dos transplantes de fígado. Desde 1º de abril, quando as operações foram suspensas, dois pacientes já morreram na fila de espera. O secretário Germann Ferreira também foi convocado a depor na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas a data do depoimento deve ser definida dentro de alguns dias.

O motivo da suspensão dos transplantes e de alguns outros tipos de cirurgias é a saída de seis anestesistas, que pediram demis­são do cargo nos últimos meses, em razão dos baixos salários. En­quanto aguardavam a volta dos transplantes, os pacientes Marco Antonio Alves Pereira e Carlos Henrique Nogara morreram.

Hoje, são cerca de 30 pessoas de Ribeirão Preto e região aguar­dando na fila para receber um fígado. O paciente José Carlos Co­ppe, de 64 anos, por exemplo, tem um câncer que, se crescer mais um pouco, não restará tempo para que ele seja transplantado. Coppe mora em um bairro ao lado do Hospital das Clínicas.

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