O governo São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 19 de julho, que a partir de 17 de janeiro do ano que vem iniciará o ciclo de vacinação anual contra o novo coronavírus, assim como é feito com a influenza. A data coincide com a mesma na qual foi iniciada a imunização em 2021. O anúncio foi feito durante a entrega de um lote de um milhão de doses da vacina Coronavac, parte das cinco milhões previstas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, explica que a continuidade da vacinação contra a covid-19 anualmente trata-se não de reforço vacinal, mas de refazer a proteção, o que já é conhecido como prerrogativa de todos os vírus respiratórios. “Precisamos fazer com que haja proteção da população de forma constante uma vez que, assim como o vírus H1N1, da gripe, chegou para ficar e ainda está no nosso meio, o corona também ficará”, diz.
“Como a formulação da vacina permite associação de novas cepas é capaz que tenhamos dentro de uma próxima vacina mais de um tipo de proteção”, explica. Segundo ele, não há ainda nenhum estudo específico para a aplicação de terceira dose da Coronavac neste momento a preocupação atual é garantir a primeira e a segunda dose a todos os brasileiros.
O governo espera ainda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacinação de crianças e adolescentes, com base em um estudo feito em pessoas de 3 a 17 anos. “Foram feitos questionamentos e complementações pela Anvisa e acreditamos que até o final desta semana esses documentos já estejam disponíveis para análise da agência”.
Gorinchteyn lembra que estudos mostraram a eficiência da Coronavac contra a variante Delta, que surgiu na Índia e já circula no Brasil e reforçou que a partir de 2022, além da liberação para a produção completa do imunizante no país, depois da transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantan, já será possível contar também com a Butanvac, após autorização pela Anvisa.
Segundo o secretário, os testes clínicos da Butanvac, iniciados em 9 de julho, na cidade de Ribeirão Preto, avaliarão em duas fases tanto a eficácia quanto a dosagem. “Quando em 17 semanas de estudos se consagrar a segurança efetividade pela Anvisa, imediatamente teremos 40 milhões de doses que serão disponibilizadas para, inicialmente, o estado de São Paulo e, à medida que a produção aumentar, para todo o país”.
Entrega
São Paulo entregou de mais um milhão de doses da Coronavac, vacina contra covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. Com a nova remessa, as liberações chegam à marca de 56,15 milhões de doses fornecidas ao PNI desde 17 de janeiro, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Anvisa.
As novas entregas, iniciadas na última quarta-feira (14), são referentes à produção de um novo lote de dez milhões de doses processadas a partir dos 6 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) recebidos no dia 26 de junho. Na última quarta-feira, o instituto liberou 800 mil doses. Na quinta (15), foram 200 mil e na sexta-feira (16), mais um milhão.
As vacinas entregues ontem fazem parte do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de vacinas. O primeiro, de 46 milhões, foi concluído em 12 de maio. O Butantan trabalha para completar, até o fim de agosto, 100 milhões de vacinas disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunização, antecipando em 30 dias o prazo contratual.