A XIII Parada do Orgulho Gay de Ribeirão Preto será realizada no domingo da semana que vem, 29 de outubro, a partir das 13 horas, com concentração e saída da avenida Nove de Julho e o mesmo percurso do ano anterior, pelas avenidas Presidente Vargas e Professor João Fiúsa, na Zona Sul. O presidente Fábio de Jesus da Silva conta que o evento só vai acontecer neste ano graças à ajuda da Secretaria de Estado da Cultura, por meio da assessoria de etnia e gênero, que aceitou ceder um trio elétrico, evitando que o já tradicional desfile da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) fosse cancelado.
De acordo com Fábio de Jesus, a parada seria originalmente realizada em agosto, mas não foi possível promovê-la naquele mês por causa da não liberação da verba anual que desde 2009 vinha sendo disponibilizada pela Secretaria Municipal da Cultura. “Desde 2009 a prefeitura libera R$ 15 mil, dinheiro utilizado basicamente no aluguel de um trio elétrico, maior custo do evento. No início deste ano, o ex-secretário municipal de Cultura José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, chamou os organizadores da Parada Gay para avisar que, em função da crise financeira, não seria possível liberar os prometidos R$ 15 mil, mas apenas R$ 8 mil”, diz.
“Nos demos por satisfeitos, melhor R$ 8 mil do que nada, mas há algumas semanas fomos avisados pela nova secretária da Cultura, Isabella Pessotti, que não seria liberado um único centavo. Segundo ela, o Comitê de Otimização do Gasto Público (Cotim) vetou a liberação. A prefeitura só se ofereceu para colocar banheiros químicos ao longo do percurso”, conta. Segundo ele, restou aos organizadores contatarem a Secretaria de Estado da Cultura, pedindo ajuda, e o governo estadual ofereceu um trio elétrico – o edital com a liberação de uma atração foi publicado em maio.
“Na prática, o Estado ‘salvou’ a Parada Gay de Ribeirão, porque se fosse pela prefeitura o tradicional evento não aconteceria neste ano”, diz Fábio de Jesus, que esteve na última quinta-feira (19) na Câmara de Vereadores para denunciar o caso na tribuna. “Estamos desde março pedindo uma audiência com o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), que nunca nos recebeu. Queremos apenas abrir um canal de diálogo, já pensando na parada de 2018, para que ano que vem não volte a ocorrer o sufoco que está sendo este ano”, explica o ativista LGBT.
O Tribuna questionou na manhã de ontem a Coordenadoria de Comunicação Social da prefeitura, sobre as razões do veto do Cotim à liberação da verba para a Parada Gay, mas até o fechamento dessa edição não obteve retorno. No entanto, o Tribuna apurou que a pasta não vai liberar mais recursos para realização de eventos e que a captação cabe aos organizadores, como já foram comunicados os promotores de outras atividades, como o Festival Tanabata e o Festitalia. A administração, no entanto, continuará a oferecer apoio, mas sem a liberação de dinheiro. E isso também já havia sido informado aos organizadores da Parada Gay e outros festivais.