O governo de São Paulo estima concluir em até três semanas (21 dias) a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, a partir do recebimento das doses encaminhadas pelo governo federal. A previsão foi feita nesta quarta-feira, 5 de janeiro, pelo governador João Doria (PSDB), que apresentou alguns pontos do plano de imunização para a faixa etária.
O tucano detalhou que o Estado teria condições de vacinar 250 mil crianças por dia, um público total de 4,3 milhões com idades entre 5 e 11 anos. Ele afirmou também que São Paulo possui estrutura de 5,2 mil postos de vacinação e ainda lembrou que as escolas estaduais também funcionarão como ponto de aplicação – até o momento, 268 unidades em nove municípios se cadastraram para isso.
Na terça-feira (4), o secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse que quer vacinar as crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 dentro das escolas públicas em parceria com os municípios, mediante autorização dos pais. Ele afirma ainda que pretende incentivar também a vacinação das crianças dentro das instituições de ensino particulares.
Ribeirão Preto tem cerca de 300 das dez mil unidades privadas paulistas. Conta ainda com 82 unidades da Secretaria de Estado da Educação e tem 134 escolas municipais de ensino fundamental e de educação infantil. A vacinação de crianças com o produto da Pfizer já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Doria também disse que a gestão estadual aguarda aval da Anvisa para aplicação da Coronavac/Sinovac/Butantan em crianças. Caso haja autorização do órgão, o Instituto Butantan teria 12 milhões de doses à disposição para uso. Do total de crianças elegíveis para vacinação no Estado, 850 mil possuem comorbidades e deficiências ou são indígenas e quilombolas.
O governo paulista já adquiriu 4,5 milhões de seringas e agulhas de 1 ml para aplicar o imunizante e abriu processo de compra da mesma quantidade de material para a segunda dose. O Brasil deve receber 3,7 milhões de vacinas infantis da Pfizer contra a covid-19 no dia 13 de janeiro.
Até o fim do primeiro trimestre, 20 milhões de doses chegarão ao país, no total. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil tem 20,5 milhões de crianças entre 5 e 11 anos, ou seja, haveria como aplicar a primeira dose em toda essa faixa etária até março. Já a quantidade a ser recebida em janeiro seria suficiente para imunizar, por exemplo, todas as crianças de 11 anos (2,8 milhões, segundo o instituto).
Governo federal inclui crianças na vacinação
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (5) a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no plano de operacionalização de vacinação contra a covid-19. As primeiras doses de vacinas contra a doença destinadas a crianças de 5 a 11 anos deverão chegar ao Brasil no dia 13 de janeiro. Está prevista uma remessa de 1,2 milhão de doses do imunizante da Pfizer – o único aprovado até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Ministério da Saúde receberá, ainda em janeiro, um lote de 3,74 milhões de doses de vacina. “Não faltará vacina para nenhum pai que queira vacinar seus filhos”, diz o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O secretário executivo do órgão, Rodrigo Cruz, informou que outras 20 milhões de doses foram reservadas. O envio está condicionado à confirmação pelo laboratório e pelo andamento do ritmo de vacinação.
O esquema vacinal será com duas doses, com intervalo de oito semanas entre as aplicações. O tempo é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer. Na indicação da marca, as duas doses do imunizante poderiam ser aplicadas com três semanas de diferença. Segundo o Ministério da Saúde, será preciso que a criança vá vacinar acompanhada dos pais ou responsáveis ou leve uma autorização por escrito.
O Ministério também recomendará uma ordem de prioridade, privilegiando pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes; indígenas e quilombolas; crianças que vivem com pessoas com riscos de evoluir para quadros graves da covid-19; e em seguida crianças sem comorbidades. A obrigação de prescrição médica para aplicação da vacina não foi incluída como uma exigência.
Mas o Ministério sugeriu que os pais procurem profissionais de saúde. Questionado por jornalistas se essa recomendação não desestimularia os pais a levarem os filhos para vacinar, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, respondeu afirmando que isso deixaria os pais mais “seguros” para decidir sobre a imunização.