O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que a gestão João Doria (PSDB) planeja a realização de inquéritos sorológicos para identificar anticorpos para a covid-19 em professores, funcionários e estudantes de escolas de diferentes regiões do Estado de São Paulo. Segundo ele, os resultados poderão implicar em “estratégias adicionais” nas escolas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.
“Nós já estamos desenhando junto com o secretário Rossieli (Soares, da Educação), no sentido de nós podermos também efetuar testagem tanto em profissionais da área da educação, sejam professores, educadores, administrativo, como naquelas crianças. Para que a gente possa estabelecer, para uma das regiões, qual é uma estratégia adicional para aquelas medidas sanitárias bastante rígidas que estão sendo adotadas em cada aparelho institucional”, diz.
Gorinchteyn não comentou se a testagem abrangeria apenas a rede estadual. Um decreto publicado nesta quinta-feira, 20 de agosto, traz detalhes sobre os protocolos de reabertura das escolas em setembro para atividades de reforço. O secretário da Educação, Rossieli Soares, destacou que os critérios deverão ser adotados pelas prefeituras, que terão autonomia para acompanhar o coronograma estadual e poderão exigir normas ainda mais restritivas.
O governador João Doria (PSDB) adiou a volta às aulas presenciais para 7 de outubro, apesar de permitir que instituições em regiões da fase amarela há pelo menos 28 dias possam reabrir já em 8 de setembro – isso pode ocorrer em Ribeirão Preto. A medida é válida tanto para o ensino público quanto privado. O funcionamento está condicionado ao cumprimento de protocolos sanitários.
As escolas poderão decidir se querem ou não voltar a funcionar nesses lugares. O modelo vai favorecer instituições particulares, que já se declaram prontas para funcionar, e têm feito pressão para a abertura. Segundo o governador, a partir de 8 de setembro serão permitidas atividades de reforço escolar, recuperação e atividades opcionais.
Além disso, as escolas também terão de respeitar o limite máximo de alunos nas unidades e os protocolos sanitários. Nesta primeira etapa, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, apenas até 35% dos alunos devem ser atendidos em atividades presenciais. Para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio, o limite máximo de alunos é de 20%.
O secretário Rossieli Soares destaca que os prefeitos podem criar calendários próprios e planos mais restritivos, com base nos dados epidemiológicos regionais. Se uma eventual decisão municipal diferir do calendário proposto pelo Estado, a medida local valerá para todas as escolas públicas e privadas daquela cidade.
Na região, que envolve três das 91 Diretorias Regionais de Ensino (DREs) – Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal –, são 99.432 alunos de 165 escolas da rede estadual. Nos 645 municípios paulistas são cerca de 3,5 milhões de estudantes e mais de cinco mil unidades.
Ribeirão Preto conta com 46 mil estudantes e 82 unidades estaduais. A rede municipal de ensino tem 47 mil alunos em 108 escolas, além de aproximadamente 300 instituições particulares das mais de dez mil que educam em território paulista.
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) disse que a decisão será anunciada em 30 de agosto. Por enquanto, os 47 mil alunos das 108 unidades contam com o programa Escola na TV, uma parceria entre a Secretaria Municipal da Educação e a Câmara de Vereadores.
Em Ribeirão Preto, no início deste ano, 46.921 estudantes – 22.696 do ensino infantil e 24.225 do fundamental – estavam matriculados. A rede municipal conta com 108 escolas – há unidades em construção –, das quais 75 unidades de educação infantil e 33 de ensino fundamental.