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Estado de SP anuncia produção da Butanvac

O governador João Doria (PSDB) anunciou na manhã desta sexta-feira, 26 de março, nova vacina produzida pelo Instituto Butantan contra a covid-19. Batizada de Butanvac, o imunizante foi totalmente desenvolvido no Brasil. O pedido para fase de testes clínicos foi protocolado na tarde de ontem junto à Agência Nacional de Vigilância (Anvisa).

Segundo Doria, a vacina é 100% nacional e integralmente elaborada desenvolvida e produzida pelo Butantan. O governador diz que os resultados dos testes pré-clínicos se mostraram “extremamente promissores” e, caso haja a liberação da reguladora, os testes clínicos poderão começar a partir de abril.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirma que a Butanvac deverá ter um custo de produção inferior ao de outros imunizantes disponíveis no mercado, próximo aos custos da vacina contra a gripe comum. Porém, ele não divulgou a cifra por dose.

Dimas Covas diz que a produção do imunizante independe da importação de insumos e passa por processo similar à da vacina contra a gripe comum, pela inoculação do vírus em ovos. Os testes em animais mostraram que a vacina demonstrou ser mais imunogênica.

Ou seja, desenvolveu resposta imune em organismos animais maior que em comparação a outras concorrentes no mercado. O instituto planeja produzir 40 milhões de vacinas a partir de maio, assim que for encerrada a campanha de imunização contra a gripe, uma vez que a capacidade de produção do Instituto é de 100 milhões ao ano.

“Em princípio, as vacinas do tipo influenza, da mesma tecnologia, são vacinas muito baratas. Entre todas as vacinas, são as mais baratas no mundo”, diz Covas. “Esperamos que aconteça aqui também com essa vacina: um custo bem inferior às vacinas que estão sendo usadas nesse momento”, completa.

Segundo ele, colaboram também para que a vacina tenha um preço menor que as outras a produção nacional, que reduz custos logísticos e em relação ao câmbio. O Butantan será o principal produtor das vacinas em consórcio internacional que conta com a participação da Tailândia e Vietnã.

Segundo o diretor do instituto, pelo baixo custo de produção, o interesse é fornecer a vacina para países de baixa e média renda a fim de diminuir a contaminação global. “Estamos começando o processo. Não temos custo definido ainda. A hora que tivermos a vacina de fato sendo produzida para uso, vamos ter condições de fato de definir o custo”, afirma.

De acordo com o diretor do instituto, não há até o momento financiamento federal para o desenvolvimento da vacina. O anúncio ao Ministério da Saúde foi feito na manhã de ontem. A previsão é de que, caso a Anvisa aprove os testes do imunizante, os estudos comecem em abril e sejam concluídos em até “no máximo” três meses.

O novo imunizante não impede ou atrapalha a produção da Coronavac.
A vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac já é feita e envasada no instituto paulista e representa mais de 90% das doses contra a covid-19 aplicadas no país.

Ainda na manhã desta sexta-feira, o governador João Doria reforçou a intenção de comprar mais 30 milhões de doses da Coronavac ao final do contrato de fornecimento do Instituto Butantan ao Ministério da Saúde para a imunização da população paulista.

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