O Estado de São Paulo registrou 33.394 ocorrências envolvendo motocicletas, no ano passado. Significa um roubo ou furto a cada 16 minutos ou quatro por hora. Na comparação com 2020, quando 29.912 veículos foram alvo dos ladrões, o crescimento é de 11,64%. São 3.482 casos a mais.
Os dados estão no Boletim Econômico Tracker-Fecap que acaba de ser lançado e foram analisados a partir dos números da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP). Os furtos cresceram de 16.178 em 2020 para 20.532 no ano passado, alta de 26,91% e 4.354 casos a mais em 2021.
Já os roubos de motocicletas apresentaram queda de 6,35%, de 13.734 para 12.862. São 872 ocorrências a menos em 2021. Ribeirão Preto aparece entre as dez cidades paulistas com maior incidência de furtos de motos e é a segunda do interior no ranking deste tipo de crime, atrás apenas de Campinas – as outras à frente são da Grande São Paulo ou do litoral.
Segundo o Boletim Econômico Tracker-Fecap, no ano passado foram registrados 375 furtos de motos em Ribeirão Preto, cerca de um por dia. A cidade estava em nono lugar no ranking. Em 2020, segundo o relatório, ocorreram 285 casos, menos de um a cada 24 horas. O município, porém, estava em sétimo lugar.
O avanço de 2020 para 2021 chega a 31,57%. São 90 ocorrências a mais no ano passado. Já os casos de roubo recuaram de 208 em 2020 para 169 em 2021, cerca de dois por dia. A queda é de 18,75%. São 39 casos a mais. A cidade não aparece no Top 10 nesta modalidade de crime contra o patrimônio. Subiu do 11º para o 12º lugar.
No ranking de furtos, Ribeirão Preto está atrás de São Paulo (8.671), Santos (642), Campinas (590), Osasco (587), São Bernardo do Campo (465), Santo André (445), Carapicuíba (415) e Guarulhos (386). A liderança de roubos também é da capital (5.214), seguida por Campinas (829) e Guarulhos (693).
Segundo as “Estatísticas da Criminalidade”, divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, os furtos de veículos aumentaram 49,8% no ano passado, de 1.146 em 2020 para 1.717. São 571 a mais, com média diária de quase cinco. Os roubos avançaram 11%, de 360 para 398. São 38 a mais. A média é pouco superior a um por dia.
A taxa de furto e roubo de veículos por 100 mil habitantes saltou de 216,89 para 307,01. Em 2019 era de 330,49. Já os casos por 100 mil veículos avançaram de 273,73 para 378,26. Em 2019 foi de 416,51. A taxa de furto por 100 mil veículos passou de 208,30 para 307,08 (em 2019 foi de 311,83).
A taxa de roubo por 100 mil veículos subiu de 65,43 em 2020 para 71,18 (chegou a 104,68 em 2019). O índice de recuperação de veículos pelas polícias Civil e Militar cresceu 76,3% no ano passado, quando 624 foram devolvidos aos proprietários, contra 354 de 2020. São 270 a mais.
“O comércio ilegal de peças usadas movimenta diretamente a prática de roubo e furto de veículos. Com o envelhecimento da frota de motocicletas, é natural a necessidade de reposição de peças”, analisa o coordenador do Centro de Operações do Grupo Tracker, Vitor Correa.
O Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap ressalta a mudança no comportamento dos criminosos durante a pandemia, que estão cometendo os delitos inclusive em locais de acesso restrito, como garagens de condomínios. Em 2019, este alvo correspondia a 162 furtos. Em 2021, saltou para 815, um crescimento de 403,09%.
Os estacionamentos públicos também apresentaram um aumento significativo de 81,87%. Das 20.532 motos furtadas no ano passado, 72,86% (14.960) foram da marca Honda, o que representa um aumento de 32,30% frente a 2020. Em seguida vem a Yamaha, com 13,61% dos furtos.
No caso dos roubos, o comportamento é semelhante, com concentração por parte de modelos Honda. Das 12.862 motos roubadas, em 2021, 56,95% foram desta montadora, enquanto 17,93% eram motos Yamaha. Modelos de alta cilindrada (a partir de 500cc) cresceram aproximadamente 30% entre os anos de 2020 e 2021.