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Espiritualidade e a mulher

Ribeirão Preto, ganha Espaço de Espiritualidade, no bairro da Ribeirânia. Cada vez mais a ciência reconhece o valor da espiritualidade como fator de bem-estar físico, psí­quico e mental. No Brasil faculdades de medicina inserem timidamente a espiritualidade como nova disciplina.

Mas o que é a espiritualidade? É levar a pessoa huma­na a ser o que ela realmente é. É ser o que somos. Somos ser relação, ser livres, ser amor. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

Quem é Deus? Para o Alcorão Deus tem 99 nomes. Para Cristo o nome de Deus é Pai Nosso. É Abba, Paizinho. Jesus nos revela que Ele e o Pai são um. O Pai gera o Filho ao doar totalmente seu ser ao Filho. O Filho volta-se totalmen­te para o Pai. Esta volta, esta relação, é a essência de Deus: o Espírito Santo é a relação que une Pai e Filho. Isso é Deus para os cristãos.

O autor do Gênesis, em linguagem antropomórfica, na parábola da criação do homem, nos oferece um espetáculo maravilhoso. O homem, plasmado pelo barro, mas vivi­ficado pelo sopro divino, vira ser vivente. O Pai do céu se alegra, pois, vê que tudo é muito bom.

Adão passeava no Éden exuberante de frutas, flores e animais. Como ser racional dá nome aos animais conforme as suas propriedades. Faltava-lhe, porém, poesia, encanto e beleza. Andava tristonho. O Pai do céu abre uma janela e percebe a tristeza da sua criatura. Tem um relâmpago de intuição, hipnotiza Adão, tira-lhe uma costela de perto do coração e forma a mulher.

Ao acordar, ao vê-la, subsulta de alegria, irrompe na primeira lírica: “Eis a carne da minha carne e os ossos dos meus ossos.” Adão e Eva tornam-se uma só carne e um só espírito, semelhante a Deus uno e trino. O homem, assim experimenta o encanto, a poesia e o porquê do viver. O eu torna-se tu e se reproduz.

No Ano letivo 1969 estava na Universidade Católica de Louvánia na Bélgica, o vice-reitor, Monsenhor Devroede, me dizia que por séculos não era permitido a presença de mulher na Universidade e toda quinzena havia um homi­cídio. Com a vinda da mulher na universidade, acabam os homicídios.

Conhecemos o episódio lendário do rapto das Sabinas. As mulheres desafiam a sangrenta batalha e colocam-se no meio, entre os jovens romanos e sabinos. A paz acontece!
Creio que se Putin tivesse ao lado uma mulher de ver­dade, não teríamos hoje, a insana guerra, na Ucrânia, sem vencedores.

Dante Alighieri, no inferno, tem como guia Virgílio, sím­bolo da racionalidade. Só a razão não se consegue superar o inferno do machismo misógino da fraquejada. Com seu or­gulho produz ódio, violência, feminicídios e guerras. O Di­vino Poeta só poderá voar até o paraíso, atraído pelo olhar da mulher angelical, Beatriz. Maria o imerge no Amor-Trin­dade que sustenta o universo e “move il sole e l’altre stelle.” (O Amor que move o sol e as demais estrelas).

Dante “no doce stil novo” encontra sua verdadeira iden­tidade de ser relação, ser amor, no voar atraído pelo olhar fascinante da Beatriz, sua mulher angelical.

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