O espetáculo “Rota”, lançado pela Companhia de Dança Deborah Colker em 1997, que estava inicialmente agendado para 24 de março, terça-feira, a partir das 21 horas, no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, foi adiado por causa da pandemia de coronavírus – o espaço cultural só vai reabrir em abril. Porém, já tem nova data: será em 12 de agosto, quarta-feira, às 20h30.
Os bailarinos utilizam as infinitas possibilidades de exploração de caminhos pela dança contemporânea e a presença em cena do maior símbolo da invenção humana: a roda. “Rota” é uma das coreografias que compõem a premiada investigação de Deborah Colker sobre movimento e espaço – que resultou em “Velox” (1995), “Rota” (1997),”Casa” (1999) e “4 por 4” (2002), todas com passagem por Ribeirão Preto.
Descreve seu giro e seu curso em torno dos grandes eixos de sustentação do trabalho da coreógrafa. São eles a utilização do gesto, síntese do movimento, como um poderoso elemento de expressão cênica; a apropriação de movimentos oriundos de outras práticas do corpo; e as reflexões sobre as forças que regem o movimento, gênese da dança. Incursiona também pelo balé clássico, passeia pelo jazz, e promove, em dois atos e seis movimentos, uma ocupação radical do espaço cênico.
“Os conceitos de espaço, geometria, peso e volume foram sublinhados e fomos buscar novas direções para explorá-los. Introduzir leveza, fluidez, ao estudo da física do movimento. Brincar com a seriedade”, explica a coreógrafa e diretora Deborah Colker. Brincar com a seriedade. O espetáculo abre com Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Os bailarinos adentram o palco impregnados da vitalidade, do humor, da sexualidade, da irreverência e da personalidade deste gênio e sua música. “Rota” são linhas, círculos, mapas. Possibilidades de caminhos, descobrimentos.
A exploração de vários planos e níveis, ocupação integral do espaço. São dois atos. O primeiro com quatro movimentos, nomeados como uma partitura musical: 1-Allegro, 2-Ostinato, 3-Vigoroso e 4-Presto. Nestes quatro movimentos foi utilizado o vocabulário do balé clássico, brincando com gestos do cotidiano e movimentos de chão; imprimindo força, leveza, humor, velocidade, dinâmica.
Este ato abre inspirado nos adolescentes. Suas histórias, trapalhadas, graça e beleza. Sua garra e seu desejo pelo mundo. E fecha com um barco inspirado nos desenhos animados e na alegria contagiante do “Incrível Exército de Brancaleone” – filme de Mario Monicelli (1915- 2010). O segundo ato é dividido em dois movimentos: 1-Gravidade e 2- Roda.
Gravidade surgiu da atmosfera que envolve os astronautas, do deslocamento dentro de uma nave, da ausência de gravidade. As várias possibilidades de caminhar em suspensão. Uma nova densidade, um novo estado. A criação, coreografia e direção são de Deborah Colker, com direção executiva de João Elias, direção de arte e cenografia de Gringo Cardia, direção musical de Berna Ceppas e figurinos de Yamê Reis.
A última vez que a Cia. Deborah Colker esteve em Ribeirão Preto foi em 12 de junho de 2018, Dia dos Namorados, com o espetáculo “Cão sem plumas”, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e que estreou em junho de 2017, em Recife (PE). A coreografia rendeu a Deborah Colker o prêmio “Prix Benois de la Danse”, considerado o Oscar da dança. A cerimônia de premiação ocorreu no Teatro Bolshoi, na Rússia, no dia 5 daquele mês.
Os ingressos para o espetáculo “Rota” ainda não estão à venda online, mas serão disponiblizados no site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com. br) em breve, além da bilheteria do Theatro Pedro II, na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, no Centro Histórico de Ribeirão Preto. Custam R$ 140 (plateia A), R$ 120 (plateia B e frisa), R$ 100 (balcão nobre) e R$ 50 (balcão simples). Pessoas com deficiência devem comprar diretamente no guichê do teatro.
O espaço cultural tem capacidade para acomodar 1.588 pessoas, mas parte foi interditada por segurança. Atualmente conta com 1,3 mil lugares. Telefone para mais informações: (16) 3977-8111. Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. Quem chegar atrasado também não poderá trocar o ingresso e não haverá devolução de dinheiro. A Fundação Pedro II também proíbe o consumo de comidas e bebidas no local.
A meia-entrada para estudantes, coordenadores pedagógicos, supervisores e diretores e professores de escolas públicas da rede municipal e da estadual (mediante apresentação de documento comprobatório como carteirinha da instituição, boleto de mensalidade ou holerite), aposentados (com documento específico), idosos acima de 60 anos (com cédula de identidade, o RG) e pessoa com deficiência com acompanhante custa R$ 70, R$ 60, R$ 50 e R$ 25, respectivamente. O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos por causa do horário.