O que acontece quando tensão e a distensão muscular são convertidos em som, luzes e imagens? Quatro artistas do grupo Robo.Art, de São José do Rio Preto (SP), se propuseram a explorar essas possibilidades no espetáculo “CORPOMÁQUINA”, experiência visual e sonora que mescla dança, artes visuais, performance e tecnologia.
Será apresentado em Ribeirão Preto neste final de semana, sábado (15) e domingo, 16 de março. “CORPOMÁQUINA” foi vencedor do Prêmio Denilto Gomes de Dança 2022, na categoria “Intermédia Performática em Dança”, e indicado em duas categorias (Prêmio Técnico e Intérprete) no Prêmio APCA de Dança 2023.
O elenco é formado por quatro artistas: Vinicius Paquitinho Francês (direção coreográfica e performance), Vinicius Dall’Acqua (direção geral e operação de som), Gustavo Arão (técnico mecatrônica, operação de luz e contrarregragem) e Elissa Pomponio (operação de videomapping e design gráfico).
Sons gerados por eletricidade muscular e imagens videomapeadas, projetadas em tempo real sobre o próprio corpo de um dos artistas em cena, são resultados dos dispositivos anexados aos corpos dos performers. Vinicius Francês explica que, com o avanço das tecnologias, a automatização e a digitalização da vida, o espetáculo se propõe a questionar o futuro possível da fusão entre o ser humano e a máquina.
“Durante o processo criativo, levantamos as seguintes questões: como distinguir o que é humano e o que é máquina? Com o avanço protético, artificial e científico-tecnológico em interação com nossas vidas, qual futuro nos aguarda?”, questiona Francês.
“A partir desses questionamentos, desenvolvemos um sistema próprio de tradução de movimentos baseado em sensores e microcontroladores para realizar a leitura da tensão e distensão muscular do bailarino que, ao se movimentar, produz a sonoridade da obra através desse dispositivo”, detalha Francês.
Gratuito – As duas apresentações em Ribeirão Preto são gratuitas, com início às 20 horas, no Galpão Cultural Arena Porão, na rua Vinte e Um de Abril nº 375, Vila Tibério. Os ingressos podem ser retirados a partir de uma hora antes do início das sessões. O espetáculo tem duração de 45 minutos e conta com recurso de audiodescrição.
Após a apresentação do primeiro dia, será realizado um bate-papo com interpretação em linguagem brasileira de sinais (Libras) entre os artistas e a plateia. No domingo, haverá um workshop das 14 às 17 horas, também gratuito. As inscrições podem ser realizadas em www.robo.art.br/inscricoes.
As apresentações e atividade formativa integram o projeto CorpoMáquina – Redes Rizomáticas, contemplado pelo governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, governo federal do Ministério da Cultura por meio da Lei Paulo Gustavo de 2023.
Sobre a Robo.Art – O agrupamento Robo.Art, sediado em São José do Rio Preto (SP), foi oficializado em 2018, e atualmente é composto por artistas multidisciplinares que propõem investigar, produzir e difundir obras que dialoguem sobre o cruzamento entre artes e tecnologia, com o viés de explorar as fronteiras de linguagem na produção artística.
O cerne da pesquisa do agrupamento é estabelecido nas abordagens não tradicionais do fazer artístico, na fusão entre artes visuais, plásticas, audiovisuais, do corpo e do movimento. A trajetória do agrupamento começou com a obra interativa “Pira_MIDI”.
Lançou o “Museu Virtual Silva sem Fronteiras”, um museu online e interativo apresentado como acervo digital do Museu de Arte Primitivista “José Antônio da Silva”, realizado com a técnica de fotogrametria para produção de um acervo 3D em alta qualidade.
Também produz as exposições do projeto “Influente: cartografias subjetivas”, série de seis obras multimídias que buscam expor uma visão não cartesiana subjetiva de diferentes cidades do estado de São Paulo. Ainda realizou o “Mosaic_Art” (mosaico e pintura), “Loop” (aplicativo galeria para visualização de videoartes); vídeo instalação interativa “Alfuências” (vídeo instalação interativa), entre outros.
Entre desenhos, mosaicos, vídeoinstalações, videoartes, cinema, corpo, dispositivos e prototipagens, o agrupamento se dedica à pesquisa interdisciplinar e à investigação de novas possibilidades tecnológicas e artesanais nas artes cênicas e visuais.
Serviço
Espetáculo: “CORPOMÁQUINA”
Com: Robo.Art, de São José do Rio Preto (SP)
Formação: Vinicius Paquitinho Francês (direção coreográfica e performance), Vinicius Dall’Acqua (direção geral e operação de som), Gustavo Arão (técnico mecatrônica, operação de luz e contrarregragem) e Elissa Pomponio (operação de videomapping e design gráfico)
Quando: sábado (15) e domingo, 16 de março
Sessões: 20 horas
Onde: Galpão Cultural Arena Porão
Endereço: rua Vinte e Um de Abril nº 375, Vila Tibério
Capacidade:
50 lugares
Ingressos:
gratuitos, com retirada uma hora antes das sessões
Censura: 10 anos