Tribuna Ribeirão
Cultura

Espetáculo aborda a liberdade da mulher

LISA CRISTINE

Explorando todo o poten­cial fantasmagórico de uma his­tória que fala sobre amor e mor­te, o espetáculo “Nada além de H.U.M.A.N.A.” mostra corpos que carregam em si vestígios de uma sociedade patriarcal, que ainda insiste em negligenciar o poder do feminino. A produ­ção ribeirão-pretana da Trupe Acima do Bem e do Mal discu­te o desejo de mudança de uma mulher contemporânea após ver um velho diário de uma cafetina. Estará em cartaz na cidade nesta sexta-feira, 13 de dezembro, às 20h30.

A direção e a transdrama­turgia são de Eme Barbassa, que está no elenco ao lado de Manfrin Manfrin e Gui Navar­ro. A assistência de direção é de Lisa Cristine e o design de luz de Michel Mika Masson. Fi­gurino e maquiagem de Robes Britto e cenário de O Grupo. A encadernação artesanal é de Dandara Martins e Emme Bar­bassa também assina a trilha sonora. A consultoria de mo­vimento é da atual secretária municipal da Cultura, Isabella Pessotti, design visual de Bru­no Gabriel, direção de fotogra­fia e roteiro audiovisual de Lisa Cristine e produção audiovisu­al de O Himalaia.

Se para Simone de Beauvoi (1908-1986), o corpo é uma irradiação subjetivada das apreensões do mundo, o que aconteceria se discutíssemos os conceitos de gênero e sororida­de através de personagens es­critos e pensados por um autor genial como Nelson Rodrigues (1912-1980), por exemplo, mas que sempre foi lido e tido como machista, cafajeste e conserva­dor? E se utilizássemos de tre­chos de sua obra para desobe­decer sua escrita?

E se misturássemos inúme­ras outras referências literárias como Sylvia Plath (1932-1963), Eleanor Catton, Caio Fernando Abreu (1948-1996), Sacha Sper­ling, Henrik Ibsen (1828-1906) e poemas do escritor transexual Anderson Herzer (1962-1982) para criar não um ruído na co­municação, mas uma amálgama transdramatúrgica em que já não é mais possível distinguir onde começa uma obra e onde termina outra?

“Nada Além de H. U. M. A. N. A.” nasce, então, dessa tran­substanciação de elementos clás­sicos para discutir assuntos tão necessários como gênero, lin­guagem, masculinidade tóxica e feminicídio. O espetáculo faz parte da programação do pro­jeto Ribeirão Cena Contempo­rânea e será encenado às 20h30 desta sexta-feira (13), no Galpão de Eventos do Sesc, que para este espetáculo terá capacidade para 80 pessoas. Fica na unidade da rua Tibiriça nº 50, na região central de Ribeirão Preto – entre a avenida Doutor Francisco Jun­queira e a rua Visconde do Rio Branco. Mais informações pelo telefone (16) 3977-4477.

A peça não é recomendada para menores de 18 anos e não será permitida a entrada após o início. Os ingressos estão à ven­da online (www.sescsp.org.br) e no Sesc Ribeirão Preto. Custam R$ 30 (inteira), R$ 15 (aposenta­do, pessoa com mais de 60 anos, portador de necessidades espe­ciais, estudante e servidor da es­cola pública com comprovante) e R$ 9 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo cre­denciados no Sesc e dependen­tes – credencial plena).

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