Tribuna Ribeirão
Geral

Especialista em cachaça

FOTOS: ALFREDO RISK

Quando chegou a Ribei­rão Preto, aos 18 anos, junto com outros seis irmãos, Edu­ardo Verardo não imagina­va que seria reconhecido no futuro como um profundo conhecedor de cachaça. Hoje aos 64 anos, ele mantém um comércio especializado na mais original bebida brasilei­ra, já escreveu livro, produziu um DVD e dá dicas pelas re­des sociais.

Eduardo conta que Ri­beirão Preto surgiu na vida dele de maneira inesperada. “Meu pai trabalhava no Ban­co Nacional e foi promovido a gerente. Viemos de uma hora pra outra. Viemos em sete irmãos, minha mãe, ele (o pai), dois cachorros e um monte de gaiola. Tudo dentro de uma Kombi velha”, brinca.

A família morava em São João Nepomuceno, Minas Gerais. Eduardo diz que no início sentiu muita diferen­ça. “Morávamos perto do Rio de Janeiro e tínhamos os hábitos de lá. Naquela época as coisas aconteciam mais lentamente, não é como hoje. Então, aqui era um pouco atrasado. Imagina para um jovem de 18 anos”.

Desemprego, depressão e cachaça salvadora
Eduardo cursou econo­mia e trabalhou em grandes empresas, sempre com bons salários. “Mas aos 40 anos perdi o emprego. Foi uma fase difícil. Tinha experiên­cia, currículo, mas o Brasil estava em uma das crises des­ses planos econômicos. Não arrumava trabalho. Foi difí­cil. Só pensava em dormir, comer e dormir. Entrei em depressão”, conta.

Ainda desempregado, ga­nhou de um amigo mineiro uma cachaça diferente. “Na hora não pensei, mas depois comecei a raciocinar que aquelas cachaças diferen­tes não eram vendidas aqui. Só vendiam essas cachaças simples, comerciais. Vi ali uma oportunidade”, conta. “Lembrei-me do meu avô, o senhor Veríssimo. Que me contava tudo sobre cachaça. Poderia ser um bom negó­cio”, completa.

 

Ele conseguiu uma lista de cachaças e mesmo sem os produtos começou a ofe­recer nos bares, tendo como base os ensinamentos do avô. “Fui no Bar do Val e ele me comprou 36 garrafas. Sai dali comemorando. Eu depois de um ano sem emprego, estava trabalhando”.

O negócio prosperou. De­pois de alguns anos, montou um estabelecimento na casa da mãe, no Jardim Paulista, o Cabana Caipira. Poste­riormente mudou-se para as imediações da avenida Por­tugal, região que está até hoje (avenida Portugal, 84).

O longo período o fez um especialista. Estudou, conheceu produtores, de­gustadores, bebedores e foi adquirindo conhecimento. Hoje não visita mais bares, mas é visitado rotineira­mente. Não é apenas ven­dedor. “As pessoas vêm aqui pra conversar, pra conhecer, é uma troca de experiências”.

Seus vídeos em suas redes sociais denominadas Papo de Cachaça contribuem com o negócio. Eduardo, no entan­to, faz críticas à falta de apoio. “Eu acho que falta política de investimento. Temos um pro­duto com potencial incrível. Para você ter uma noção, no México eles produzem 400 mil litros de tequila por ano e exportam 80%. Aqui, es­tima-se que são produzidos 1,2 bilhão de litros e apenas 1,5% é exportado”, aponta. “O caminho é fazer um pro­duto mais apresentável (mos­tra uma garrafa que vale R$ 600,00). Tem solução é só diminuir a carga tributária de 80% de impostos”, salienta.

Ele faz planos. “Se eu não acreditasse na cachaça, não estaria trabalhando com ela há 24 anos. Quero escrever um li­vro sobre a história da cachaça. Quero fazer um programa de TV. Dar palestras. Mas faltam investimentos, isso não signi­fica que desisti”, finaliza com o bom humos de sempre.

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