Tribuna Ribeirão
Cultura

Espaço colaborativo reúne trinta artesãos

Você já ouviu falar em espaço colaborativo? É um modelo de negócio que vi­rou tendência entre os pe­quenos empreendedores que utilizam o mesmo local para comercializar seus produtos. De olho nesse tipo de econo­mia, os artesãos de Ribeirão Preto e região ganharam a primeira loja para expor dife­rentes produtos manuais.

A ideia de agregar os arte­sãos em um só ambiente foi da também artesã Maria An­gélica Neto Sarmento, que se dedica a arte do amigurumi (técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de tricô ou crochê). Ela apro­veitou o próprio imóvel para realizar o sonho de abrir uma loja colaborativa, onde pu­desse vender os trabalhos que faz e os de outros artistas que sozinhos não conseguiriam investir na própria loja.

São 30 artesãos com os mais diferentes trabalhos em madeiras customizadas, rou­pas artesanais, bordados, cro­chê, bijuterias, cerâmicas, por­celana e muitos outros. Na loja chamada “Espaço Arte Nossa”, na rua João Penteado nº 1.503, no Jardim América, Zona Sul, cada participante paga o alu­guel de um espaço que varia de acordo com o tamanho. Não existem custos adicionais como os de manutenção da casa, que já estão incluídos no valor mensal.

Debora Curi, de Altinópo­lis, faz reciclagem de madeira e está animada com a nova forma de apresentar sua arte. “Acredito que os trabalhos de vários artesãos reunidos em um só lugar traz mais público e mais possibilidades de venda para cada um”. O “Espaço Arte Nossa” comemora um ano de abertura no próximo mês de novembro e mesmo um pouco antes da pandemia já era a “sal­vação” para alguns artesãos, que lutam para transformar os produtos feitos de forma ma­nual numa fonte de renda.

Mas como o comércio de uma forma geral, teve de se adaptar às novas formas de venda durante a pandemia. Nos últimos meses funcionou nos sistemas “drive thru” e “de­livery”, obedecendo os proto­colos e, assim continua, além do atendimento presencial seguindo as determinações do governo estadual. “A divul­gação dos produtos nas redes sociais tem ajudado muito as nossas vendas”, diz Angélica.

Segundo ela, os clientes es­colhem os produtos da loja na internet e depois vão buscar ou pedem para entregar o que compraram. A comercialização não requer a presença constan­te do artesão na loja. “Quando Ribeirão Preto voltar para a fase verde, vamos retomar uma práti­ca que implantamos antes da pandemia, quando os artesãos eram incentivados a levar amigos para um encontro uma vez por mês para conhecer os produtos e trocar ideias sobre as novidades”.

A loja também está preparada para cursos de artesanato, uma forma de criar oportunidades das pessoas aprenderem essa tipo de trabalho em suas dife­rentes modalidades. Angélica diz que está montando uma programação de aulas minis­tradas pelos próprios artesãos, com número limitado de alu­nos, seguindo as normas de distanciamento. “Temos muito trabalho ainda por fazer. Um empreendimento leva tempo, dedicação, foco, parceria, di­vulgação. Sinto que todos nós buscamos isso a cada dia. O fruto brotou e está amadure­cendo”, palavras de Angélica.

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