O Filósofo, Pedagogo e palestrante Prof. Mario Sérgio Cortella tem uma frase que cai como uma luva para introduzir e organizar as ideias centrais deste texto. Diz ele: “As famílias confundem escolarização com educação. É preciso lembrar que escolarização é apenas uma parte da educação. Educar é tarefa da família.”
Ao buscar uma escola privada para seu filho(a) muitas famílias buscam itens que vão além da localização da instituição e da estrutura física da instituição. Os anos 80 e 90, genericamente falando, inauguraram a procura por escolas privadas com alinhamento aos valores familiares, especialmente no que tange questões religiosas. Nos anos 2000 percebe-se o aumento pela busca de escolas com visões pedagógicas de vanguarda, como o modelo Waldorff ou as escolas Piagetianas. Até então, portanto, escolher a instituição de ensino da criança ou adolescente é um programa de família, com hora marcada, roteiro, visitas e mais visitas, anotações, ponderações e, por fim, a decisão final que será responsável por parte fundamental da vida de um dos integrantes do clã.
O aumento de opções de escolas privadas (com o óbvio aumento da concorrência), difusão desenfreada de Tecnologias Educacionais (TE’S), desregulamentação do bilinguismo por anos a fio (Conselho Nacional de Educação –CNE – está a ponto de resolver), entrada do capital de mercado adquirindo escolas tradicionais em grandes e médios centros urbanos (como Ribeirão Preto) deu aos pais um leque de opções amplo. Isso pode parecer muito bom, a princípio. E de fato é: como todo mercado que tem aumento concorrencial, a tendência do valor pelo serviço é ficar mais ajustado ao consumidor final. Além disso, a qualidade do serviço prestado está sempre em cheque e, em consequência, faz com que as escolas profissionalizem sua administração visando melhorar estruturalmente e pedagogicamente baseado em pesquisas internas e de mercado.
Porém (sempre tem um ou mais de um “mas”) quando você tem muitas opções para escolher a chance de errar é maior. Especialmente quando um dos fatores de escolha é preço, visto que a concorrência torna, por vezes, a percepção do serviço muito parecida.
Uma família erra na escolha de uma escola quando a opção em nada tem relação com os valores estruturais (religiosos, princípios ou filosofia de vida, por exemplo) ou conjunturais (separação recente de casal que gera mudança de escola repentina, por exemplo, pode causar mais um trauma para a criança). Ao escolher uma escola, leia o Regimento Escolar (regras de convivência) da instituição. Inteire-se acerca do Projeto Pedagógico. Converse com a coordenação escolar sobre a rotina dos alunos em uma semana letiva. Fale sobre regras e exceções. Para abrir as portas, a escola tem os documentos acima aprovados por órgãos públicos, mais especificamente, pela Secretaria de Educação, logo, está autorizada a agir de acordo com o que está descrito.
Muitas famílias, infelizmente, acreditam que acertaram ao escolher pela escola A, B ou C. Ao serem confrontadas por problemas diversos que uma criança pode se deparar ao conviver em sociedade, se culpam, culpam a criança e, na maioria das vezes, culpam a escola quando na verdade o que aconteceu foi um diagnóstico apressado.
Outro ponto importante: a escolha da escola, ao contrário das décadas anteriores, cada vez mais é uma decisão delegada à criança que fica suscetível ao modismo e à magia do “marketing”. Quando isso ocorre, o parecer de que a escolha foi um erro gera uma frustração ainda maior e nesses casos apontar o dedo para a escola também é a saída mais simples. O que acontece em seguida? Para aplacar a frustração da criança, ele fica à vontade para escolher a nova escola. Círculo vicioso que não cessa.
No Colégio Novo estamos no 1º ano de funcionamento. Temos dois posicionamentos muito evidentes: 1) trabalhar por meio de nosso “tripé” BILINGUISMO / SOCIOEMOCIONAL /APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA e; 2) tolerância ZERO com Bullying. Focando no segundo item, existe uma expressão inglesa que numa tradução livre podemos chamar de AMOR FIRME. Ao identificarmos Bullying em nossa escola, o primeiro foco é o agredido. Dar todo suporte à criança e à família. Logo em seguida, em comitê, o agressor (o nome é forte, mas não podemos tapar o sol com peneira). Regimentalmente a escola aplica sanções (ocorrências, reuniões familiares, suspensões e, na exceção, rescisão contratual a depender do caso – continuidade, gravidade, entre outros). Mas vamos além. Realizamos trabalho de conscientização e acolhimento com o(a) agressor(a) visando sempre ESCOLARIZAR e integrar o aluno no processo do bem EDUCAR. Porém a família é fundamental. Quando ela está de fato integrada à comunidade escolar o resgate é claro. Afinal, são crianças.