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Escola municipal na mira do Geduc

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) instaurou inquérito civil para apurar a falta de professores e funcionários em número suficiente para atendi­mento dos alunos na Escola Mu­nicipal de Ensino Fundamental e Ensino Médio (Emefem) Alfeu Gasparini, no Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também pretende apurar as recentes brigas entre es­tudantes. No dia 4 de abril, pais de alunos da unidade escolar rea­lizaram manifestação na porta da escola para reivindicar melhores condições de trabalho e de segu­rança na rotina escolar.

Um professor que partici­pou do ato afirma que faltam funcionários na escola e que os conflitos entre estudantes têm sido constantes. A Promotoria da Educação encaminhou ofí­cio para a Secretaria Municipal da Educação pedindo uma sé­rie de informações.

o Ministério Público de São Paulo questiona o número to­tal de alunos por sala de aula, de professores e informações sobre as brigas entre alunos, além da realização de uma reunião entre a Promotoria da Educação, esco­la e comunidade escolar.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Educação informa que, desde o início do ano, mais de 800 professores foram contra­tados e que a pasta está em trâmi­te para o chamamento de mais docentes – a rede de ensino de Ribeirão Preto conta com mais de 3.300 profissionais.

Também disse que a escola possui oito profissionais da lim­peza, cinco na secretaria, quatro na portaria, seis na área de apoio, seis cozinheiros, três agentes de operações e um de administra­ção. Em relação à educação espe­cial, a rede municipal conta com 362 profissionais de apoio.

Tem ainda 129 professo­res especializados, além de 49 professores mediadores, que estão em processo de atribui­ção, para início nos próximos dias. A pasta também afirma que um processo seletivo para a contratação de mais professores de Atendimento Educacional Especializado já foi aberto.

Na semana passada, o vere­ador Jean Corauci (PSB) proto­colou denúncia ao Ministério Público contra a prefeitura e a secretaria por não terem criado o Plano Municipal da Educação. A denúncia foi protocolada na quarta-feira (13), na Promotoria Cível, e o promotor Luis Henri­que Paccagnella encaminhou o documento para o Geduc.

No documento, o vereador afirma que Ribeirão Preto foi vanguarda ao iniciar suas dis­cussões, em 2007, mas as duas gestões da ex-prefeita Dárcy Vera – 2009 a 2016 – e a do atual pre­feito Duarte Nogueira (PSDB) não foram capazes de criar o plano municipal. Em 2014, o Congresso aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE).

Com a aprovação, a elabo­ração da legislação para o setor tornou-se obrigatória e o prazo venceu em 2016. O conjunto de regras detalha o planejamento das políticas públicas para o en­sino pelo período de dez anos. Segundo a denúncia, das 5.570 cidades brasileiras, apenas três não têm Plano Municipal de Educação, e Ribeirão Preto se­ria uma delas.

Sem a legislação os municí­pios são barrados para receber recursos do Ministério da Edu­cação. De acordo com o parla­mentar, por não ter implemen­tado o documento, Ribeirão Preto está proibida de pleitear recursos no Plano de Ações Ar­ticuladas (PAR), programa do MEC para financiar, com ver­bas suplementares, ações de melhoria na educação.

No ano passado, o Minis­tério da Educação repassou R$ 760 milhões para municípios brasileiros que cadastraram projetos no âmbito do PAR, sendo 60 deles do estado de São Paulo. Por meio de nota, a Se­cretaria Municipal da Educação informa que uma equipe técni­ca da pasta retomou a discussão do plano municipal no ano pas­sado, organizando os dados.

No dia 4 de abril, ocorreu uma reunião preliminar para a apresentação de uma comis­são coordenadora, instituída através da portaria número 0394/22, publicada no Diário Oficial do Município (DOM). Na ocasião, os integrantes fo­ram apresentados e foi discuti­da a importância do Plano Mu­nicipal de Educação.

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