O que tem sido aprendido sobre a relação entre cérebro e inteligência é tão significativo quanto o que se conhece sobre genética e inteligência. Os avanços tecnológicos para mapear e entender o funcionamento e a estrutura do cérebro tem avançado em muito o nosso conhecimento sobre a inteligência. Estas novas tecnologias têm, também, nos fornecido dados necessários para desenvolver novas teorias. Uma dessas teorias é a teoria da integração parietal-frontal e suas extensões, que têm fornecido o mapeamento de quais partes do cérebro parecem ser as mais importantes para a inteligência. Essa teoria também interage bem com as teorias cognitivas em revelar como a inteligência funciona, haja vista que há fortes indicações de que partes específicas do cérebro são associadas com a inteligência geral. Também tem havido progressos em revelar como o cérebro se desenvolve para pessoas de vários níveis intelectuais, mostrando-se que o curso do desenvolvimento cerebral é geneticamente controlado, com tentativas para mensurar a herdabilidade de diferentes partes do cérebro, responsáveis pela inteligência.
Do mesmo modo, o conhecimento da cognição e inteligência tem aumentado significativamente ao longo das últimas décadas. Por exemplo, substancial conhecimento tem sido ganho nas ferramentas de mensuração da inteligência. Em função do que tem sido mostrado que inteligência é extremamente estável da infância à maturidade. Por conseguinte, há um modelo estrutural da inteligência humana que tem sido estatisticamente construído e que não é meramente baseado em achismos acerca dos mecanismos e processos cognitivos. Também é conhecido que um fator geral de habilidade cognitiva, derivado de diferentes baterias de testes, é razoavelmente idêntico se todas estas contêm uma mostra representativa do universo dos testes. Este fato é, por si próprio, uma informação estrutural importante sobre as habilidades cognitivas. Ademais, hoje já se conhece que os componentes do funcionamento cognitivo, tais como, inibição, desconexão, memória de trabalho e atualização são altamente herdáveis.
Assim considerando, entender a infraestrutura da inteligência é tanto teórica quanto praticamente importante pois é impossível mudar as práticas educacionais sem um pleno entendimento da infraestrutura da inteligência. Por que isso? Pelo fato de genes afetarem o cérebro e este controlar o comportamento. Logo, a relação entre genes, cérebro e comportamento deve ser profundamente entendida. Como consequência, um entendimento completo da infraestrutura da inteligência constitui-se o primeiro passo para entender o que pode e o que não pode ser feito para melhorar a educação. Sem entender completamente a inteligência, continuaremos a ser ineficientes e a usar tentativas malogradas para reformar a educação e sempre estaremos culpando os professores por aquilo que eles não são culpados.