O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo durante um encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29). Araújo vinha sendo pressionado, principalmente por parlamentares, que o criticaram por falhas nas relações diplomáticas que teriam prejudicado a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
No fim de semana, o chanceler se envolveu em um novo embate com parlamentares, que complicou ainda mais a situação dele no Itamaraty. Em mensagem postada no Twitter, ele afirmou que a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, cobrou o apoio dele à tecnologia chinesa do 5G, indicando que este era o real interesse dos parlamentares, e não as vacinas.
A afirmação deixou senadores revoltados. Kátia Abreu classificou o ministro como “a face de um marginal”, que viveria “à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições”.
No fim da manhã, Araújo se reuniu com secretários no Itamaraty. Em seguida, foi ao Palácio do Planalto e se reuniu com o presidente, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e com Filipe Martins, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência. O chanceler afirmou que não queria ser um problema para o presidente. Os dois devem voltar a se reunir ainda nesta segunda.
Auxiliares presidenciais ressaltam que Bolsonaro ainda não bateu martelo se aceitará pedido de demissão de Ernesto. Presidente e chanceler devem ter novo encontro ainda hoje para definir a situação. Expectativa, porém, é de que Bolsonaro aceite.
Cotados ao cargo
Já há alguns nomes sendo cotados para o cargo. Da ala militar, o almirante Flávio Rocha. Do Itamaraty, o embaixador Carlos Alberto Franco França (ex-chefe do Cerimonial de Bolsonaro); o embaixador Luiz Fernando Serra (embaixador do Brasil na França); e o embaixador George Firmeza (assessor do almirante Flávio Rocha).
Via CNN Brasil