A cada ano que passa, a internet se torna mais importante não apenas para motivos profissionais ou de comércio, mas também para o consumo de conteúdo. Cada vez mais pessoas têm utilizado a rede de maneira quase exclusiva para consumir filmes e séries, e mídias mais tradicionais, como a televisão, estão aos poucos sendo abandonadas. Mas essa mudança de mídias pode custar caro.
Conforme todas nossas atividades (trabalho, comunicação, compras, lazer) migram para a internet, o consumo de dados por cada pessoa tende a aumentar — e, com isso, o preço dos planos de internet deve, também, subir.
Isso acontece porque muitos provedores ainda estabelecem limites de dados para a navegação de usuários, cobrando “multas” e taxas adicionais casos esses limites sejam ultrapassados. A desculpa oficial é que tais limites existem para evitar que a rede “congestione” pelo excesso de uso.
Mas, ainda que essa justificativa possa fazer sentido para o usuário mais leigo, ela não passa de uma mentira. De acordo com um documento da Comcast (maior provedora de internet dos Estados Unidos) vazado em 2015, a quantidade de dados consumidos pelo usuário não interferiam em nada no funcionamento da rede, e os limites de banda definidos pela empresa serviam apenas para aumentar os lucros.
Apesar disso, a revelação não mudou em nada as práticas das provedoras, que continuam definindo limites para a quantidade de dados que os usuários podem utilizar mensalmente. E, de acordo com previsões feitas pela Cisco, a manutenção do limite em conjunto com o streaming de conteúdos em 4K será o principal responsável pelo aumento das tarifas da internet nos próximos anos.
É por isso que, nos Estados Unidos, a briga pela neutralidade de rede é tão grande, pois grandes empresas como Google, Facebook, Amazon e Netflix sabem que o modo como as operadoras de internet têm conduzido seus negócios é nocivo para o crescimento desses sites.
Aqui no Brasil, esse problema não deverá existir enquanto continuarem em vigor as regras do Marco Civil da Internet. Aprovado em 23 de abril de 2014, o Marco garante que, mesmo que as operadoras de internet definam um limite de dados de navegação, elas não poderão cobrar multas, diminuir a velocidade ou cortar o acesso ao plano caso esse limite seja ultrapassado — o que, na prática, define que não há um limite de dados para nossa internet. Pelo menos por enquanto.
Fonte: Daily Dot