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Engenheiro é indiciado por tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, estupro e violência psicológica

Homem que atacou ex-esposa, filha de um ano e sogra pode ser levado a júri popular e vai ter que responder por três crimes

Luiz Fernando pode ter que responder por tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, estupro e violência psicológica (Foto: Redes Sociais)

A delegada Juliana da Silva Paiva, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca, informou que vai indiciar o engenheiro Luís Fernando Moreira Bentivoglio Silveira pelos crimes de tentativa de feminicídio, estupro e violência psicológica contra a mulher, além de tentativa de homicídio contra a ex-sogra e contra sua filha de um ano. Essa foi a conclusão do relatório que investiga a briga onde o homem teria ferido com facadas a ex-mulher grávida de três meses, a filha do casal de um ano e a sogra.

O crime ocorreu na segunda-feira (21), em um condomínio de Franca. De acordo com a delegada, Silveira vai responder por tentativa de feminicídio por atacar a facadas a ex-mulher grávida. A delegada disse que o homem não aceitava o fim do relacionamento. Ele teria descumprido uma medida protetiva da Justiça que o impedia de chegar a menos de 100 metros da ex-mulher.

Além disso, vai responder por estupro, pois a vítima denunciou que vivia em uma relação abusiva com o ex-marido e que teria sido obrigada a ter relações sexuais não consensuais. E vai responder por violência psicológica, pois constrangem a vítima mediante violência ou grave ameaça e, finalmente, por tentativa de homicídio por ter ferido a ex-sogra e a filha de um ano durante o ato.

O ataque

Silveira teria agredido sua ex-mulher, Amanda Baldin Ramazini, de 31 anos, sua própria filha de um ano de idade e sua ex-sogra Rosana Baldim Ramazini, de 57 anos. O crime ocorreu na segunda-feira (21), no apartamento onde o casal residia, na Avenida São Vicente, Vila Santa Cruz, em Franca, a 80 km de Ribeirão Preto.

Amanda ficou internada na UTI de hospital em Franca (Foto: Redes Sociais)

As três foram esfaqueadas pelo ex-marido de Amanda, que está grávida do terceiro filho do casal. Ele não aceitava o fim do relacionamento com a mulher, com quem tem um filho de sete anos e uma filha de um ano. O menino não estava no local, no momento do crime.

O engenheiro havia sido preso no dia 11 de outubro, após perseguir a ex-companheira e furar os quatro pneus do veículo da ex-mulher. O ataque ocorreu em Ribeirão Preto, onde Amanda estaria hospedada, na casa de sua mãe, fugindo do ex-marido.

Ele foi preso em flagrante. No dia 12 de outubro, todavia, obteve liberdade após audiência de custódia. Em 21 de outubro, a mulher foi até o apartamento onde o casal morava, em Franca. Estava com a mãe e da filha de um ano, para apanhar alguns pertences. O filho de sete anos não estava no local.

Silveira ainda era cadastrado no sistema de acesso ao condomínio e entrou no local. Armado com uma faca, ele teria iniciado os ataques a Amanda, que apenas se defendeu. Ela estava com a filha do casal no colo. A criança também foi atingida. A ex-mulher do agressor chegou a se trancar com a filha no banheiro do apartamento, mas o homem arrombou a porta.

Luís Fernando está preso, acusado de atacar a ex-esposa grávida, a sogra e a filha de um ano (Foto: Redes Sociais)

Rosana, a sogra do agressor, tentou apartar e acabou atingida com socos, chutes e levou uma facada nas costas. Moradores e funcionários do condomínio conseguiram imobilizar e desarmar o engenheiro e chamar a Polícia Militar.

O homem foi detido e levado para uma delegacia, onde foi autuado em flagrante. Pode responder por tripla tentativa de feminicídio, crime que foi desmembrado da Lei Maria da Penha e passa a ter pena de até 40 anos. Em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (22), o engenheiro teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Rosana e a neta tiveram alta hospitalar no dia seguinte às agressões sofridas e Amanda, após ser internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), recebeu alta na sexta-feira (25).

Rosana, mãe de Amanda, divulgou vídeo pedindo apoio para que agressor não obtenha habeas corpus e seja levado a júri popular (Foto: Redes Sociais)

Denúncia e apelo

Após receber alta, Amanda conversou com a imprensa e denunciou viver em um relacionamento abusivo. Disse que Silveira tinha outras mulheres e não respeitava nem mesmo esposa ou namorada de amigos, que teriam denunciado o assédio à ex-mulher do engenheiro. Também disse que era vítima de violência psicológica verbal e agressões, além de ser obrigada a fazer sexo não consensual, o que pode caracterizar estupro.

Rosana Ramazini, mãe de Amanda, divulgou vídeo pedindo à opinião pública que se posicione contra a possibilidade de Silveira ser solto por habeas corpus e pede que ele seja levado a júri popular. A reportagem não conseguiu contato com o advogado de defesa.

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