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Energia vai ficar 8,66% mais cara

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

A partir de segunda-feira, 8 de abril, a conta de luz ficará, em média, 8,66% mais cara para cerca de 290 mil consumidores de Ribeirão Preto e mais 4,2 mi­lhões de clientes da CPFL Pau­lista espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo. Nesta terça-feira (2), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autorizou, dentro do processo de revisão tarifária anual, reajuste nas faturas da concessionária.

Para os consumidores resi­denciais, a alta será de 7,87%. Pe­quenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, terão reajuste de 8,34%. Para os clientes da alta tensão – indús­trias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande por­te – o aumento será de 9,30%. A empresa atende 4,49 milhões de unidades consumidoras lo­calizadas em 234 municípios do estado de São Paulo.

O índice de reajuste da CPFL Paulista foi positivo pelo impacto do aumento das cotas de Itaipu Binacional, fixadas em dólar, e da compensação dos valores de compra de ener­gia não considerados no va­lor médio concedido na tarifa (CVA Energia) definida no úl­timo processo tarifário. A ban­deira tarifária contribuiu para reduzir em 6,99% o índice final do reajuste da concessionária.

O principal motivo foi o au­mento dos itens financeiros da tarifa, com impacto de 9,07% no total do índice médio do reajuste, já incluídos os efeitos positivos do pagamento ante­cipado do empréstimo da cha­mada Conta ACR, que cobriu custos extraordinários com ris­co hidrológico em 2014, e dos ajustes em rubrica da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que colaboraram para segurar a alta.

No ano passado, para con­sumidores conectados em alta tensão (indústrias), o aumento foi de 11,11%, e para a baixa ten­são, a elevação ficou em 20,17% – os imóveis residenciais en­tram nesta faixa e, segundo a reguladora, o aumento para este grupo foi de 19,84%. O emprés­timo bilionário com um pool de bancos, feito em 2015 para evitar um reajuste elevado nas contas de energia elétrica, terá sua quitação antecipada para o mês de setembro.

Originalmente, a amortiza­ção do financiamento, por re­colhimento de taxas nas contas de luz, ocorreria apenas em abril de 2020. Com isso, os consumi­dores deixarão de pagar R$ 6,4 bilhões neste ano, o que deve reduzir as tarifas em 3,7%, em média. A conta de luz permane­ce com bandeira verde em abril. Significa que não haverá taxa extra para os consumidores pelo quinto mês consecutivo – em dezembro, janeiro, fevereiro e março também não houve co­brança complementar.

Em novembro foi aplicada a bandeira amarela, com adi­cional de R$ 1 a cada 100 qui­lowatts-hora (kWh) consumi­dos. A mudança ocorreu depois de cinco meses seguidos com bandeira vermelha no segundo patamar. Neste nível, que vigo­rou de junho a outubro, a fatura chegava com acréscimo de R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. De janeiro a abril vigorou a ver­de, que não tem custo adicional. Em maio, foi adotada a amarela, que adicionava R$ 1 a cada 100 kWh consumidos.

Evolução da revisão tarifária
Em 2016, na revisão tarifá­ria, o reajuste médio nas contas da CPFL Paulista foi de 7,55%. A alta ficou em 6,56% para as indústrias e 8,23% para as re­sidências. Em 2010, as tarifas de energia dos consumidores atendidos pela CPFL Paulista também ficaram mais baratas. A Aneel determinou redução média de 5,69%. Os clientes re­sidenciais tiveram desconto de 5,04%, enquanto as indústrias tiveram redução entre 2,34% e 10,81%, dependendo da classe de consumo.

Depois disso, além do au­mento de 2016, foram aprovados mais cinco reajustes. Em 2011 o aumento médio foi de 7,23%. Os consumidores de baixa tensão (comércio e residência) tiveram as faturas corrigidas em 6,95%. As unidades de consumo de alta tensão (indústria e grandes estabelecimentos) arcaram com alta de 7,72%. No ano seguinte (2012), a agência autorizou ele­vação média de 2,89%. Para os clientes residenciais, o aumen­to médio na conta de luz foi de 2,61%. Já para os de alta tensão (indústrias), ficou em 3,38%.

Em 2013, o aumento médio foi de 6,18%. Os consumidores residenciais e de pequenos esta­belecimentos comerciais (baixa tensão) tiveram uma elevação de 0,25%. A subclasse de consu­midores residenciais, que inclui a baixa renda, teve desconto de 1,5% nas tarifas. Já a classe de consumo que abrange a indús­tria e grandes estabelecimentos (alta tensão) teve aprovada uma alta de 16,05%.

Em 2014, a Aneel liberou reajuste médio de 17,23% para a conta de luz dos clientes da CPFL Paulista. Para os clientes residenciais, a elevação foi de 16,46%. Já para a alta tensão (indústria), o aumento foi de 16,10%. Por fim, em 2015, a agência reguladora autorizou reajuste médio de 4,67%. De acordo com a Aneel, os con­sumidores residenciais tiveram uma elevação média de 4,13%. Para os pequenos comércios e indústrias, a alta média foi de 4,24% e os grandes consumido­res (alta tensão) arcaram com aumento médio de 5,29%.

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