A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 30 de julho, que, em agosto, vai continuar valendo a bandeira vermelha patamar dois da energia elétrica, a mesma de julho, quando a taxa adicional cobrada nas contas de luz passou de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 9,492 por 100 kWh, alta de 52%.
Esse aumento vai pesar no bolso da famílias e representa alta de 5,45% na conta de luz do próximo mês na comparação com junho. Na bandeira vermelha patamar dois, a cobrança agora é de R$ 124,59 para uma família que apresenta um consumo residencial de energia elétrica médio de 152 kWh por mês. Em junho, antes do reajuste de 52%, esse valor foi de R$ 118,15.
O valor, no entanto, poderá ser ainda maior ainda este ano, já que a agência estuda a revisão dos parâmetros para o cálculo. Os técnicos calculam que o novo patamar da bandeira vermelha nível dois deveria subir algo entre R$ 11,50 e R$ 12,00 a cada 100 kWh. Esse seria o valor necessário para cobrir todo o custo adicional com o acionamento de termelétricas ao longo do segundo semestre deste ano, diante da situação crítica dos reservatórios.
Segundo a Aneel, em julho, as afluências nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) continuam entre as mais críticas do histórico. “Agosto inicia-se com igual perspectiva hidrológica, com os principais reservatórios do SIN em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano”, diz.
“Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos, pressionando os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto de prazo (PLD). O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada”, informa.
Outros reajustes de bandeiras
A agência também aprovou reajuste nas bandeiras amarela e vermelha patamar 1. Pela proposta, a taxa cobrada quando a agência acionar a bandeira amarela aumentou de 39,5%, de R$ 1,343 a cada 100 kWh para R$ 1,874. Já a bandeira vermelha 1 passou de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 3,971 – redução de 4,75%.
Sistema de bandeiras
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Na prática, as cores e modalidades – verde, amarela ou vermelha – indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz. A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, representa que o custo para produzir energia no País está baixo.
Já o acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a previsão de chuvas. A expectativa é que a bandeira vermelha em seu segundo patamar seja mantida, pelo menos, até novembro.
Os brasileiros estão pagando taxa extra desde o início do ano. Além da bandeira vermelha patamar 2 de junho, em maio vigorou o patamar 1, no valor de R$ 4,169 a cada 100 kWh. Entre janeiro e março foi acionada a amarela, com custo extra de R$ 1,343 a cada 100 kWh.
Em abril, a conta de luz ficou, em média, 8,95% mais cara para 322.817 consumidores de Ribeirão Preto. Outros 4,4 milhões de clientes da CPFL Paulista espalhados por outras 233 cidades do estado de São Paulo também estão pagando mais pelo consumo de energia desde então.
Para os consumidores residenciais e pequenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, o aumento é de 8,64%. Para os clientes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o reajuste ficou em 9,60%.